PCC fazia campana na frente da casa de Moro; Dino nega vínculo entre entrevista de Lula e operação; Oposição quer impeachment

Foto: Reprodução

O ministro da Justiça e Segurança Publica, Flávio Dino, disse hoje (22/3), em São Paulo, que a Operação Sequaz, da Polícia Federal (PF) não tem qualquer ligação com a entrevista dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao portal Brasil 247, nessa terça-feira (21).

Na conversa, Lula disse que, quando estava preso em Curitiba, queria se vingar do então juiz Sérgio Moro, que comandava a Operação Lava Jato e o condenou a prisão.

Nesta quarta-feira (22/3), a PF desarticulou uma organização criminosa que pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, entre eles Moro, atualmente senador pelo União Brasil-PR.

“É vil, é leviana, é descabida qualquer vinculação desses eventos [a operação] com a política brasileira. Fico realmente espantado com o nível de mau-caratismo de quem tenta politizar uma investigação séria. Investigação essa que é tão séria que foi feita em defesa da vida e da integridade de um senador de oposição ao nosso governo”, disse Flávio Dino.

Segundo o ministro, as investigações começaram há 45 dias, após ter sido avisado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de que criminosos estariam planejando atentados violentos contra autoridades. De posse dessa informação, Dino determinou que a Polícia Federal procedesse com as investigações, que identificaram como alvos Moro e o promotor Lincoln Gakiya.

De acordo com as investigações, Moro poderia ser alvo de extorsão mediante sequestro ou homicídio. Segundo o ministro, seria uma retaliação dos criminosos à ação de Moro enquanto ministro da Justiça. “Ao longo do trabalho da PF, houve a identificação de que esses indícios eram consistentes. Esses elementos de prova conduziram a PF a avançar na investigação e chegar à conclusão de que efetivamente havia planejamento em curso para a execução de ações violentas tendo vários alvos: o promotor do estado de São Paulo, doutor Lincoln; autoridades do sistema penitenciário de vários estados; integrantes das polícias de vários estados e também o hoje senador Sérgio Moro”, detalhou o ministro.

PCC fazia campana na frente da casa de Moro

Durante as investigações que deram origem à Operação Sequaz, deflagrada, nesta quarta-feira (22/3), pela Polícia Federal para desarticular um grupo criminoso que planejava sequestrar e matar autoridades, uma das descobertas foi de que um olheiro ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) estaria fazendo campana na frente da casa do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) em Curitiba, no Paraná. O político era um dos alvos do grupo.

Segundo apurações do veículo, equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, descobriram os planos dos criminosos para executar Moro e informaram o caso aos policiais.

Diante do risco contra a vida do político, uma equipe de ao menos nove policiais da inteligência da Polícia Militar do Paraná passou a fazer a escolta do senador e da família dele há mais de um mês. A deputada federal Rosangela Moro (União Brasil-SP), usa um carro blindado como medida de segurança.

Oposição quer impeachment

Parlamentares de siglas de oposição planejam protocolar um novo pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após suas falas envolvendo vingança contra o senador e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR).

Segundo informações da revista Crusoé, os deputados encaram as declarações do petista como uma tentativa de intimidação e crime de responsabilidade. Na avaliação dos congressistas, o presidente procedeu de forma “incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo” que ocupa.

Os parlamentares em questão pertencem a legendas como o Partido Liberal (PL), o Podemos e o União Brasil, atual partido de Moro.

As declarações de Lula ocorreram durante entrevista para o site Brasil 247. Na ocasião, ele admitiu que tinha uma ideia fixa de “f****” o ex-juiz durante o período em que estava na prisão.

Em resposta, Moro afirmou que o petista “aparentemente, só aprendeu linguajar de cadeia”. Ele também avaliou que, tendo em vista a gestão do presidente até o momento, parece-lhe que Lula pretendia se vingar não apenas dele, mas de todo o povo brasileiro.

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