Jairinho vira réu em caso de tortura contra filha de ex

A Justiça do Estado do Rio aceitou na segunda-feira (3), denúncia contra o médico e vereador do Rio de Janeiro, Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho (sem partido), de 43 anos, por tortura praticada nos anos de 2011 e 2012 contra uma menina de 4 anos, filha de uma então namorada dele.

O inquérito que investigou o caso foi concluído na última sexta-feira (30), e encaminhado ao Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ), que providenciou a denúncia no mesmo dia. Na segunda-feira, a juíza Luciana Mocco Lima, da 2ª Vara Criminal de Bangu, aceitou a denúncia e Jairinho então se tornou réu.

O vereador vai responder por infringir o artigo 1º, inciso II, da lei 9.455/97 e, se for condenado, pode ser punido com até 10 anos e 8 meses de prisão. Ele está preso temporariamente desde 8 de abril e acusado de agredir até a morte seu enteado Henry Borel, de 4 anos, em 8 de março, na Barra da Tijuca , na Zona Oeste do Rio.

Na segunda-feira, a Polícia Civil concluiu também o inquérito sobre este caso, e Jairinho foi indiciado por homicídio doloso (intencional) duplamente qualificado e dois crimes de tortura contra o enteado.

Pela acusação relativa a 2011 e 2012, Jairinho está proibido de manter qualquer tipo de contato com a vítima e seus familiares, em especial os parentes que figuram como testemunhas nos autos e, na hipótese de ser posto em liberdade, fica proibido de se aproximar de tais pessoas, devendo comparecer mensalmente ao Juízo para manter atualizado seu endereço e justificar suas atividades.

O CASO
A vítima do crime de tortura pelo qual Jairinho foi denunciado é a filha de uma cabeleireira que conheceu Jairinho em 2010 e manteve um relacionamento com ele até 2013. Nesse intervalo, chegaram a ficar noivos. A menina, que à época tinha de 3 a 5 anos e hoje tem 13, disse que o vereador bateu a cabeça dela contra a parede do box de um banheiro e pisou sobre o corpo dela.

–A criança tinha pavor e pânico ao ver o carro de Jairinho. A figura dele trazia lembranças das agressões. Ela ficava segurando na perna da avó para não ir ao encontro do doutor Jairinho. Quando identificaram a ânsia de vômito e o pânico da criança, ela foi afastada do convívio (com ele). A criança foi praticamente criada pela avó por questões familiares – contou o delegado Adriano Marcelo Firmo França, titular da DCAV, que também participou da entrevista coletiva na sexta-feira.

A mãe da criança é considerada pela polícia vítima de violência doméstica e não será indiciada por não ter denunciado as agressões dele à filha. Ao ser preso pela investigação referente a Henry, Jairinho prestou depoimento ao delegado França e negou as acusações. Mas a investigação concluiu que ele mentiu.

Toda a versão apresentada por doutor Jairinho foi derrubada pelas provas documentais e pelo depoimento. Em determinados momentos ele (Jairinho) diz não estar com determinadas crianças em determinados locais. Porém, fotos mostram o contrário – afirmou o delegado.

 

 

Com informações do Pleno News

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