Plano para matar Sergio Moro custou quase R$ 3 milhões ao PCC

Foto: Reprodução

A facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) investiu 550 mil dólares, aproximadamente R$ 2,9 milhões, para criar o plano contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR). O valor é referente a toda a estrutura montada para atentar contra o ex-juiz.

Neste valor estão inclusos os gastos com chácaras, veículos blindados e armas. A apuração dos valores foi feita pelo UOL. Caso não fosse possível sequestrar ou matar o ex-juiz, o grupo tentaria sequestrar a filha dele.

O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especialde Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco) também era um dos alvos.

A Operação Sequaz foi deflagrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (22), cerca de 120 policiais federais cumprem 24 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Paraná. Os agentes conseguiram desarticular um esquema que tinha como objetivo realizar ataques contra servidores públicos e autoridades.

Presos

Até o momento, nove integrantes foram presos. Os suspeitos têm vasta ficha criminal e já haviam começado a executar o plano de ataque, alugando imóveis, que funcionavam como base de operações, e até construindo esconderijos.

Segundo fontes ligadas à investigação, os detidos foram: Valter Lima Nascimento, o Guinho; Reginaldo Oliveira de Sousa, conhecido como Rê; Franklin da Silva Correa, vulgo Frank; Aline de Lima Paixão; Aline Arndt Ferri; Cintia Aparecida Pinheiro Melesqui, conhecida como Luana; Herick da Silva Soares, vulgo Sonata; Claudinei Gomes Carias, também chamado de Nei; e Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo.

Outros dois envolvidos estão foragidos. Um deles é Patric Velinton Salomão, 42 anos, conhecido como Forjado.

Uma das principais ações que incomodou a facção, foi o chamado Pacote Anticrime. Moro propôs, entre outras medidas, a vedação da visita íntima e o monitoramento dos contatos dos presos, inclusive com advogados, em presídios federais. “Os presos odeiam o Moro por causa disso. Por causa da portaria que proíbe isso no sistema federal. A ordem veio de lá. Creio que queriam um sequestro, mas poderia ser execução também”, disse o promotor Lincoln Gakiya em entrevista.

Já o promotor Gakiya, além de investigar a facção há anos, pediu, em 2018, a transferência de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, de São Paulo para um presídio federal. No início do ano seguinte, o chefe do PCC foi levado para a Penitenciária Federal de Brasília.

Os planos de ataque foram descobertos pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), que compartilhou as informações com a Polícia Federal.

Segundo as investigações, o sequestro e a morte de Moro e de outras autoridades seriam cometidos para obter dinheiro e conseguir o resgate de Marcola.

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