O governador Ibaneis Rocha inaugurou, nesta terça-feira (3), o Centro de Educação Profissional – Escola Técnica Leste (CEP-ETL), no Paranoá. Na ocasião, foi anunciado que a unidade será batizada em homenagem ao ex-administrador da cidade, Sérgio Damaceno, morto em 19 de novembro. No local, serão oferecidos cursos dedicados à formação técnica e profissional de jovens e adultos, abrangendo carreiras como design de móveis, edificações, assistente administrativo, além de operador de computador e letras em Libras.
Durante a entrega, o chefe do Executivo lembrou que é a terceira escola técnica inaugurada por este Governo do Distrito Federal (GDF) desde 2019. Além do Paranoá, Brazlândia e Santa Maria receberam instituições de ensino do tipo. “Quem atua no mercado sabe a dificuldade que nós temos hoje de um aumento de mão de obra qualificada”, ressaltou.
“A escola técnica traz um sentimento de pertencimento da cidade em relação aos nossos jovens”, reforçou o governador. “Eu acho isso de grande importância, porque hoje a grande maioria dos jovens está sem perspectivas de crescer na vida, de ter uma profissão, de galgar um posto e de se firmar no mercado de trabalho. E isso tem levado muitos deles ao desvio. Então, inaugurar escolas sempre é muito bom, é maravilhoso.”
O governador destacou os investimentos deste GDF em educação: “Vamos chegar ao final do ano que vem com aproximadamente R$ 300 milhões a R$ 400 milhões investidos em salas de aula. Vamos deixar um legado de mais de 30 mil vagas em escolas para a população do Distrito Federal”.
A obra
Com uma área construída de 5.577,39 m², a Escola Técnica Leste Sérgio Damaceno oferece infraestrutura moderna e ampla, com 12 salas de aula, capazes de atender até 1.200 alunos por turno. O investimento, de mais de R$ 17,3 milhões, foi viabilizado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e a obra foi executada pela empresa Alcance Engenharia e Construção Ltda.
A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, afirmou que a escolha dos cursos oferecidos na unidade educacional está diretamente relacionada com a demanda do mercado de trabalho. “São graduações focadas em áreas como construção civil, edificações, design de móveis, paisagismo, sempre com essa pegada muito voltada para essa área e que tinha esse vácuo aqui em termos de cursos para técnicos”, pontuou.
Segundo a gestora, a formação técnica de estudantes é um diferencial valorizado pelos empregadores: “As escolas técnicas permitem ao aluno ter uma profissão, ainda que decida não seguir em uma universidade. Ele já sai pronto para a inserção no mercado de trabalho, com mais possibilidades. E o estudante que sai com a formação da escola técnica tem mais de 20% a 25% a mais de salário do que o outro que é regular, que não fez um curso profissionalizante”.
Processo seletivo
O início das atividades da Escola Técnica Leste Sérgio Damaceno está previsto para 2025, e a equipe técnica se encontra em fase de preparação. “Estamos fazendo visitas a outras escolas técnicas no DF e recebendo bastante apoio técnico para que tudo esteja pronto”, afirmou a diretora do centro de ensino, Graça Honório.
Com 11 anos de experiência na educação, Graça vê a diretoria da nova escola como uma grande oportunidade. “É um novo desafio, mas também uma grande satisfação poder abrir portas para os alunos”, declarou. “Muitos abandonam os estudos no segundo ou terceiro ano do ensino médio por necessidade de trabalhar. Ao terminar o ensino médio, eles já terão uma profissão e estarão mais preparados para o mercado de trabalho”.
O edital para o primeiro semestre de 2025 já está aberto, com inscrições que vão até sexta-feira (6). A matrícula e as etapas do processo seletivo são gratuitas. O resultado da primeira chamada será divulgado no dia 30 deste mês. Dentre as 480 vagas disponíveis, 80 são destinadas a pessoas com deficiência.
Andrey Nascimento, 19, pretende se inscrever para o curso de assistente administrativo. “Além de continuar meu curso de geografia no ensino superior, quero me qualificar na área administrativa”, revelou. “Essa escola vai complementar minha formação. Estudar perto de casa vai melhorar minha qualidade de vida, pois o tempo que eu gasto no transporte público será muito menor”.
Desafios e oportunidades
O professor de construção civil Marcelo Vilela, 27, é um dos novos docentes da escola. Ele será responsável pelo curso de técnico em edificações, o primeiro do tipo na rede pública do DF. “É uma honra participar desse projeto”, disse. “Como engenheiro civil formado em Brasília, acredito que o curso técnico em edificações será fundamental para preparar os alunos para o mercado de trabalho na área de construção civil, que é uma das maiores indústrias da capital”.
Para o profissional, a chance é trazer algo inovador, com a identidade da comunidade. “Eu acho que tem todo o potencial de fazer diferença, inclusive na área da atividade industrial”, apontou. “O DF tem muita oportunidade no mercado de trabalho, e eu acho que o curso técnico dá muito desse caminho, porque você aprende também a projetar, a desenvolver novas iniciativas, novas soluções, estar em contato com o que vem de novo na construção”.