Laudo aponta DNA de marido em unhas de médica encontrada morta no DF

Foto: Arquivo pessoal

A morte da médica Sabrina Nominato Fernandes, de 37 anos, investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) há quase um ano e meio, ganhou um novo desdobramento nesta quinta-feira (3). Um novo laudo pericial identificou material genético de André Villela, marido da vítima, nas unhas da profissional da saúde. Sabrina foi encontrada morta dentro de casa, no Lago Sul, em outubro de 2020.

De acordo com a amostra, o DNA do marido estava presente nas unhas das mãos direita e esquerda da médica.

À época da morte, o exame de corpo de delito apontou três hipóteses para a morte de Sabrina: associação entre ingestão de medicamento e álcool; asfixia por sufocação direta, posicional ou intencional; ou os dois incidentes juntos. Agora, as teses são reavaliadas pelo Instituto de Medicina Legal (IML). A família da cardiologista acredita que houve crime.

A advogada da família da vítima, Sofia Coelho, disse que as novas provas indicam que a médica pode ter lutado para se defender antes de morrer. À época, André passou por exame de corpo de delito, que constatou arranhões no pescoço dele, segundo o processo, que segue sob sigilo.

O laudo que identificou o material genético de André nas unhas de Sabrina é de 8 de junho do ano passado, porém, só veio à tona agora. O delegado à frente do caso, Ricardo Vianna, da 6ª Delegacia de Polícia, no Paranoá, informou que o caso segue sendo investigado.

A advogada da família afirmou que contestou as hipóteses de morte (como suicídio) inicialmente levantadas pela Polícia Civil, e que aguarda respostas dos investigadores.

Perícia

Em outubro do ano passado, peritos contratados pela família de Sabrina refutaram a tese de que ela se matou. De acordo com o boletim de ocorrência, André Villela contou aos policiais que, na noite que antecedeu a morte, Sabrina havia consumido bebida alcoólica.

Na manhã seguinte, ele disse que saiu de casa por volta das 8h, para trabalhar, enquanto a esposa dormia na cama do casal. Ao voltar, por volta das 14h, ele disse que encontrou Sabrina morta, ainda em cima da cama.

O laudo elaborado a pedido dos familiares citou que o consumo de bebida foi detectado no exame de corpo delito. Segundo o documento, “a faixa de alcoolemia estimada para o caso estaria em níveis capazes de causar alterações, porém ainda distante de níveis que colocassem sua vida em risco”.

Sobre o medicamento, o laudo disse que houve uma substância psicoativa detectada no corpo de Sabrina, “porém não há informações relativas à quantidade utilizada”.

A análise dos peritos particulares apontou ainda que, considerando o estado do corpo da vítima, a morte pode ter ocorrido antes das 8h, horário em que Villela estaria em casa. De acordo com os advogados da família de Sabrina, os exames mostraram ainda que o corpo da médica estava com vários tipos de ferimentos, como escoriações no rosto e uma fratura no nariz.

Defesa do marido

Em nota divulgada em agosto do ano passado, a defesa de André Villela disse que “as lesões descritas no laudo cadavérico são totalmente compatíveis com a posição em que a médica Sabrina Nonimato foi encontrada e com as manobras de ressuscitação realizadas”.

Segundo os advogados, “não pode ser desconsiderado que foram encontradas no corpo de Sabrina substâncias medicamentosas que, quando associadas, podem culminar na potencialização de seus efeitos, intensificando reações adversas, principalmente quando associadas ao álcool”.

Ainda de acordo com a defesa de André, ele “tem colaborado com as autoridades para a conclusão das investigações e inexistem indícios de que tenha ocorrido um crime”.

 

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