Os professores da rede pública do Distrito Federal decidiram, em assembleia realizada na manhã desta quinta-feira (5), manter a greve iniciada na última segunda-feira (2). A categoria rejeitou a proposta apresentada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) em reunião que antecedeu a assembleia.
As principais reivindicações do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) incluem um reajuste salarial de 19,8%, a reestruturação da carreira e a nomeação de professores efetivos aprovados em concurso público. O sindicato também busca a redução do tempo para que os profissionais atinjam o topo da tabela salarial e o pagamento em dobro do percentual de titulação para educadores com especialização, mestrado e doutorado. Atualmente, esses percentuais são de 5%, 10% e 15%, respectivamente, sobre o vencimento básico.
Negociações e decisão judicial
A mesa de negociação entre o Sinpro-DF e representantes do GDF, incluindo a Secretaria de Educação (SEEDF) e a Casa Civil, foi articulada pelo presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), desembargador Waldir Leôncio Júnior. Essa reabertura do diálogo foi vista como uma vitória pelos educadores.
Apesar das negociações, o GDF propôs a convocação de 3 mil professores em dezembro de 2025, com posse em janeiro de 2026; a prorrogação do prazo do concurso público em vigor; o lançamento de um novo certame; e a elaboração de um calendário para o novo plano de carreira da categoria, com acompanhamento do TJDFT. A proposta, no entanto, foi considerada insuficiente e rejeitada pelos professores.
Paralelamente, a Justiça atendeu a um pedido do GDF e considerou a greve “abusiva”, impondo uma multa diária de R$ 1 milhão para cada dia de paralisação, além do corte do ponto dos servidores que aderirem ao movimento. Em resposta, o Sinpro-DF protocolou uma Reclamação Constitucional no Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira (4), solicitando a suspensão da medida judicial, alegando que ela ignora a “causa principal da paralisação”.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) comentou sobre a greve dos professores e a paralisação de 12 horas prevista para a próxima quarta-feira (11) pelos enfermeiros da rede pública durante a reinauguração da Praça do Relógio, em Taguatinga, nesta manhã.
“Hoje, nossa oposição está, digamos assim, flácida e plasma. Então, estão trabalhando junto a esses sindicatos para tentar fortalecer uma base e concorrer às eleições do ano que vem. Agora, sempre estamos abertos à negociação. Não tem problema algum. Então, não vou deixar de administrar para todos, como viemos fazendo, e administrar para pequenos grupos”, disse.