O Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) recomendou o arquivamento do caso em que uma criança autista de 8 anos foi arrastada por funcionárias da clínica Única Kids, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). A decisão, comunicada na última quarta-feira (11), foi enviada ao deputado distrital Eduardo Pedrosa, presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Pessoas com Autismo.
O MPDFT justificou o pedido de arquivamento alegando que não houve habitualidade nas agressões e que a ação não foi considerada grave o suficiente para justificar um julgamento.
Em resposta, o deputado Eduardo Pedrosa manifestou em suas redes sociais que continuará buscando justiça. “Quem cometeu essa crueldade precisa ser responsabilizado. Não vamos silenciar diante da dor dessa família. A impunidade não pode reinar contra nossas crianças autistas”, declarou o parlamentar.
Relembre o caso
O incidente ocorreu em 21 de maio deste ano. Câmeras de segurança da clínica registraram o momento em que a criança, que fazia terapia no local e teria tentado fugir, foi agarrada e arrastada pelas pernas por duas funcionárias.
As duas funcionárias envolvidas chegaram a ser presas, mas foram liberadas após pagarem fiança de R$ 3 mil cada.
Por meio de nota, a clínica Única Kids afirmou que os “eventos correspondem a condutas isoladas, que não refletem os valores e o compromisso inabalável da clínica com a ética, o cuidado humanizado e a excelência no atendimento aos pacientes”. A instituição acrescentou que adotou medidas administrativas e está colaborando com as autoridades, preservando o direito à ampla defesa das profissionais envolvidas.
O Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP-1/DF) se solidarizou com a família da criança e rechaçou “qualquer violação de direitos humanos, sobretudo por profissionais da área”. A entidade informou que processos investigativos e disciplinares conduzidos internamente são sigilosos.