Um ex-atirador esportivo e caçador (CAC), identificado como Wolfgang da Silva, foi preso na manhã dessa terça-feira (19) em sua casa, em Ceilândia. A ação faz parte da Operação Royal, da Polícia Federal (PF), que investiga uma grande organização criminosa especializada em tráfico interestadual de drogas.
Durante a busca na residência, os agentes federais encontraram 12 munições intactas sobre um móvel na sala. Wolfgang alegou aos policiais que era um CAC, mas que havia perdido sua licença devido a mudanças na legislação, e que as munições eram sobras de um treinamento em um estande de tiro.
Segundo os investigadores, o nome de Wolfgang surgiu durante a análise do celular de Marcelo Gonçalves Borges, apontado como o líder do esquema e preso em outra operação da PF em abril deste ano. Mensagens encontradas no aparelho ligariam o ex-CAC à organização criminosa.
A quadrilha liderada por Borges, que operava a partir da Paraíba, é acusada de movimentar mais de R$ 89 milhões com a venda de drogas no Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais. Para lavar o dinheiro, o grupo utilizava uma complexa rede de “laranjas” e empresas de fachada.
As investigações, conduzidas pela Delegacia de Repressão a Drogas da PF, revelaram que o esquema funcionava como um consórcio de pelo menos 16 integrantes, com ligações com uma facção criminosa local e indícios de comércio ilegal de armas de fogo.
A operação desta semana conta com o apoio da Rotam (PMDF) e da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco/DF) e também realiza ações nos estados do Rio de Janeiro e da Paraíba. Se somadas, as penas para os crimes investigados podem chegar a 45 anos de prisão.
