Nos últimos seis meses, mais de 4,6 mil mulheres recorreram às unidades de saúde do Distrito Federal para realizar a inserção do dispositivo intrauterino (DIU), consolidando uma tendência de crescimento na procura pelo método contraceptivo gratuito oferecido pela rede pública. O número expressivo revela não apenas maior aceitação, mas também o impacto das políticas de saúde voltadas à saúde sexual e reprodutiva das mulheres.
O DIU disponibilizado pela Secretaria de Saúde (SES-DF) é o modelo de cobre, com eficácia de 99,4% e duração de até 12 anos. Por não conter hormônios, o dispositivo se apresenta como uma alternativa segura para mulheres que enfrentam contraindicações ao uso de contraceptivos hormonais, como casos de trombose ou efeitos adversos associados à pílula.
Antes da inserção, as pacientes passam por uma avaliação obstétrica e ginecológica, onde são verificadas condições de saúde e eventuais contraindicações. Em alguns casos, outros métodos podem ser recomendados, como anticoncepcionais orais ou preservativos. O procedimento exige a assinatura de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e, no caso de menores de idade, a autorização deve ser dada pelo responsável legal.
Indicado para mulheres a partir dos 14 anos, que já iniciaram a vida sexual e apresentam ciclo menstrual regular, o DIU de cobre é especialmente recomendado para quem não deseja depender de medicações contínuas. Além disso, pode ser inserido ainda no pós-parto imediato, contribuindo para a prevenção de gestações não planejadas logo após o nascimento do bebê.
Atualmente, mais de 130 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) no DF oferecem o procedimento. Para ter acesso, a paciente deve procurar a unidade de referência de acordo com o CEP residencial, disponível na plataforma Busca Saúde UBS.
Além do DIU, a SES-DF disponibiliza uma ampla gama de métodos contraceptivos, como pílulas e injeções hormonais, pílulas de emergência, preservativos masculinos e femininos, diafragma, além de métodos definitivos como laqueadura e vasectomia. O acompanhamento é feito pelas equipes de Saúde da Família, garantindo que cada mulher tenha orientação personalizada para escolher o método mais adequado ao seu perfil e necessidades.
O aumento na adesão ao DIU reflete uma maior conscientização sobre saúde reprodutiva e acesso a opções seguras e eficazes dentro da rede pública. Especialistas apontam que a praticidade e a longa duração do dispositivo são fatores decisivos para a crescente procura, fortalecendo as políticas públicas de planejamento familiar no Distrito Federal.