O filho do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, admitiu atuar como advogado da Terra Nova Trading, empresa que se tornou alvo da Operação Carbono Oculto, deflagrada em conjunto pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), Polícia Federal (PF) e Receita Federal. A investigação aponta que a companhia teria servido como engrenagem em um esquema de fraude bilionária ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). As informações são do Metrópoles.
Em nota, o advogado confirmou que representa a Terra Nova Trading desde 2018, mas apenas em causas cíveis e tributárias, sem qualquer participação em processos de natureza criminal. Segundo ele, seu trabalho se restringe a questões jurídicas convencionais da empresa, sem relação com as acusações levantadas pelas autoridades.
De acordo com o MPSP, a Terra Nova Trading foi utilizada em operações fraudulentas que envolviam geração de créditos tributários falsos, superfaturamento de transações internas e lavagem de dinheiro para abastecer o crime organizado.
Um dos principais nomes apontados pela investigação é Mohamad Hussein Mourad, descrito como “epicentro das operações”. Mourad teria se beneficiado da estrutura da empresa para importar nafta com tributação reduzida, pagando apenas 1% de imposto em vez dos 25% praticados em São Paulo. A manobra, segundo os investigadores, permitia reduzir ilegalmente o custo da produção de combustíveis, criando margens artificiais de lucro e movimentando recursos que eram reciclados para o PCC.
