A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da 18ª Delegacia de Polícia de Brazlândia, deflagrou nesta terça-feira (2/9) a Operação Black Widow, que resultou na prisão de dez integrantes de uma organização criminosa interestadual especializada em extorsões virtuais. O grupo, baseado em Montes Claros (MG), vinha aplicando golpes sofisticados em clientes de sites de relacionamento e de acompanhantes.
Segundo as investigações, conduzidas ao longo de seis meses, os criminosos utilizavam técnicas de engenharia social para atrair as vítimas. A abordagem começava quando alguém, se passando por acompanhante, estabelecia contato inicial.
Em seguida, outros membros da quadrilha passavam a enviar mensagens com informações pessoais sigilosas, obtidas por meio de ataques de phishing. As ameaças escalavam rapidamente: primeiro, exigiam dinheiro pelo suposto “tempo da acompanhante”; depois, cobravam o chamado “valor da facção”, acompanhando a intimidação com áudios e vídeos de homens armados, citando endereços e rotinas das vítimas.
Nos últimos cinco anos, a quadrilha teria feito 250 vítimas apenas no Distrito Federal, seis delas em Brazlândia, com prejuízo estimado em R$ 1 milhão. Em 2025, já haviam sido contabilizados cerca de 80 alvos no DF, com lucro ilícito de R$ 300 mil.
A atuação, no entanto, não se limitava à capital: o esquema também se estendia a estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Piauí. Em todo o Brasil, o prejuízo causado pela organização pode ultrapassar R$ 15 milhões.
A Black Widow contou com a mobilização de 79 policiais civis, sendo 20 da PCDF e 59 da Polícia Civil de Minas Gerais, incluindo a CORE/MG, especializada em operações de alto risco. Foram cumpridos dez mandados de prisão temporária e dez de busca e apreensão, expedidos pela Justiça do DF. Entre os materiais apreendidos estão celulares, eletrônicos, veículos e documentos que devem auxiliar na comprovação do esquema de lavagem de dinheiro associado à quadrilha.
O nome “Black Widow” faz referência à aranha viúva-negra, que seduz a presa antes de atacar, numa alusão direta à forma como os criminosos abordavam e intimidavam as vítimas.