A recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) acendeu um intenso debate nas redes sociais e na opinião pública. Condenado a 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado, Bolsonaro recebeu uma pena superior à de Elize Matsunaga, que foi julgada e condenada em 2016 pelo assassinato e esquartejamento do marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga.
Na época, Elize foi condenada inicialmente a 19 anos e 11 meses de prisão, pena posteriormente reduzida para 16 anos e 3 meses pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Já Bolsonaro foi responsabilizado, no julgamento encerrado nesta quinta-feira (11/09), por crimes ligados à chamada “trama golpista”, que incluiu tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e atentado contra o Estado Democrático de Direito.
A comparação entre os dois casos levantou discussões sobre a proporcionalidade das penas aplicadas pela Justiça brasileira. Enquanto Elize foi condenada por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, Bolsonaro responde por crimes de natureza política e institucional, com impacto nacional e potencial de ruptura da ordem constitucional.
Especialistas lembram que, embora ambos os casos envolvam crimes de extrema gravidade, a natureza e o contexto são diferentes. A pena mais alta aplicada ao ex-presidente reflete o entendimento do STF sobre o risco sistêmico representado pelos atos imputados a ele, envolvendo ameaça ao regime democrático.
A decisão ainda pode ser contestada por meio de recursos, mas a comparação com o caso de Elize Matsunaga já impulsiona discussões sobre critérios adotados pelo Judiciário em diferentes tipos de crime, colocando em foco o equilíbrio entre justiça, exemplaridade e proporcionalidade das condenações.