O Congresso do Peru aprovou na noite de 09/10 a destituição da presidente Dina Boluarte por “incapacidade moral permanente”, encerrando um mandato marcado por instabilidade política e pelo aumento da criminalidade no país. A medida foi aprovada após a retirada do apoio de partidos que até então sustentavam o governo.
Com a decisão, o presidente do Congresso, José Jerí, deve assumir interinamente o comando do país, conforme prevê a Constituição peruana.
Boluarte, de 63 anos, havia assumido a presidência em dezembro de 2022, após a destituição de Pedro Castillo, de quem era vice. Castillo foi afastado do cargo no mesmo dia em que tentou dissolver o Congresso e desde então cumpre prisão preventiva.
A destituição de Boluarte foi aprovada após a adesão de partidos importantes como Força Popular, Aliança para o Progresso e Renovação Popular, que manifestaram apoio às moções de afastamento. No total, quatro pedidos de destituição foram apreciados e aprovados pelo plenário na noite de quinta-feira.
Antes da votação, Dina Boluarte havia declarado sua intenção de concluir o mandato até julho de 2026, reafirmando que as eleições gerais permaneciam previstas para abril. No entanto, a crise política se intensificou após um episódio de violência ocorrido na noite de 08/10, quando um ataque a tiros contra a banda Agua Marina deixou cinco pessoas feridas e expôs a crescente sensação de insegurança no país.
