O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro está “indignado e inconformado” com a prisão preventiva, decretada após a violação da tornozeleira eletrônica, e orientou aliados a priorizar no Congresso a pauta da anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado.
Após visitar o pai na sede da Polícia Federal em Brasília nesta terça-feira, 25/11, Flávio relatou que Bolsonaro questiona o motivo de estar preso e insiste que não atuou para estimular atos antidemocráticos. Segundo o senador, o ex-mandatário tem repetido frases como “o que eu fiz para estar aqui?” e afirma ter feito uma “transição tranquila” após a derrota nas urnas.
Flávio também demonstrou preocupação com uma suposta restrição à entrada de refeições preparadas pela família, que, de acordo com ele, seguem recomendações médicas por causa de problemas intestinais do ex-presidente. O senador disse considerar “estranha” qualquer determinação que impeça a alimentação prescrita por profissionais de saúde, por temer intercorrências clínicas.
Ainda segundo o relato, Bolsonaro, de 70 anos, teria apresentado uma nova crise de soluços durante a noite, o que, na avaliação da família, aumenta o risco de complicações respiratórias. Flávio afirmou que esse quadro, somado ao isolamento na cela, reforça a preocupação com o estado de saúde do ex-chefe do Executivo.
Questionado sobre a tentativa de violar a tornozeleira com um equipamento de solda, fato apontado nas investigações, o senador declarou que o pai agiu em “momento de confusão mental”, atribuindo o episódio ao uso de medicamentos. Para ele, mesmo que Bolsonaro tivesse danificado o equipamento, não haveria possibilidade real de fuga.
Na conversa com a imprensa, Flávio relatou ainda que Bolsonaro pediu que o filho leve um recado direto aos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP): o ex-presidente quer que a discussão sobre anistia aos condenados pelos atos golpistas seja prioridade, deixando para depois o debate sobre a sucessão na eleição presidencial de 2026.
Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado contra patrimônio da União e deterioração de bem tombado. Preso preventivamente em Brasília, ele aguarda os próximos passos da defesa, que pode apresentar novos recursos ao Supremo Tribunal Federal (STF).








