O Partido Liberal decidiu suspender a remuneração e todas as atividades partidárias de Jair Bolsonaro, que cumpria papel de presidente de honra da sigla e está preso após condenação no inquérito que apurou tentativa de golpe de Estado.
Em comunicado interno divulgado nesta quinta-feira (27/11), a direção do PL informou que a medida decorre de exigências legais ligadas à situação do ex-presidente, que teve os direitos políticos suspensos após decisão condenatória. O texto menciona a Lei nº 9.096/95, que trata dos partidos políticos, e decisões da Justiça Eleitoral usadas como base para o afastamento.
Segundo a sigla, enquanto estiverem em vigor os efeitos do acórdão condenatório na Ação Penal 2668, Bolsonaro ficará impedido de exercer funções partidárias e deixará de receber remuneração do partido.
O ex-presidente está filiado ao PL desde 2021, após ter deixado o antigo PSL. Ele foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão no processo que investigou sua participação em um plano para subverter o resultado das eleições e atacar as instituições democráticas. Atualmente, cumpre pena em regime fechado na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde já se encontrava preso preventivamente desde o fim de semana anterior à condenação definitiva.
Ao anunciar a suspensão, o partido procurou vincular a decisão ao cumprimento estrito da legislação, sinalizando que a condição jurídica de Bolsonaro tornou incompatível a manutenção de seu status interno — inclusive no que diz respeito à estrutura e aos benefícios que ele recebia como principal liderança da sigla.
