Na sexta-feira (19/12), no Guará II (DF), um homem de 30 anos que atuava como líder religioso de adolescentes em uma igreja evangélica foi preso temporariamente, suspeito de abusar sexualmente de jovens que participavam das atividades da congregação.
De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o investigado é apontado como autor de, pelo menos, três casos de estupro contra adolescentes do sexo masculino. A prisão foi cumprida pela 4ª Delegacia de Polícia (Guará), que conduz as apurações. As informações são do Metropoles.
As investigações indicam que o suspeito, apresentado como pastor pelos frequentadores, aproveitava a posição de referência espiritual para se aproximar de adolescentes, conquistar a confiança das famílias e, em seguida, criar situações em que ficava a sós com as vítimas. Os relatos colhidos apontam que os abusos teriam começado em 2019 e não ocorriam de forma simultânea: quando um jovem se afastava, outro passava a ser alvo da abordagem. Uma das vítimas já atingiu a maioridade.
O caso envolve a Igreja Batista Filadélfia (IBF), no Guará II, onde o homem atuava no Ministério de Adolescentes. Em nota, a IBF afirmou que o investigado “não é, nem nunca foi” pastor da instituição, mas sim membro voluntário em funções de liderança no passado. A igreja também declarou que ele não exercia cargos de direção ao longo de 2025 e que a existência de parentesco com o pastor presidente não interfere, nem interferirá, nas medidas disciplinares internas ou na colaboração com a PCDF e o Judiciário.
A direção da igreja rejeitou qualquer tentativa de associar a instituição à ocultação de denúncias. Segundo o comunicado, em todos os atendimentos feitos às famílias, a orientação foi para que procurassem as autoridades policiais, ressaltando que acolhimento espiritual não substitui o dever de buscar a Justiça. A IBF ainda destacou que o sigilo da investigação e a proteção da privacidade dos menores impedem a divulgação de detalhes adicionais.
O inquérito segue em andamento para aprofundar os depoimentos, identificar outras possíveis vítimas e analisar provas levantadas pela 4ª DP. A PCDF reforça que familiares e vítimas podem registrar ocorrência em qualquer delegacia, inclusive por meio da Delegacia Eletrônica, e que denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes também podem ser encaminhadas pelos canais 100 (Disque Direitos Humanos) e 197.







