A China estabeleceu novas regras de regulamentação das redes sociais e pretende punir usuários da internet que curtam conteúdos considerados ilegais ou prejudiciais. A medida, que entra em vigor a partir do dia 15 de dezembro, ocorre na esteira de protestos no país contra as restrições rigorosas da política de tolerância zero à Covid-19.
As novas regras entram em vigor a partir de 15 de dezembro, como parte de um novo conjunto de diretrizes publicado pela Administração do Ciberespaço da China (CAC) no início deste mês. O CAC opera sob a Comissão Central de Assuntos do Ciberespaço, presidida pelo líder Xi Jinping.
No entanto, as regras não detalhavam que tipo de conteúdo seria considerado ilegal ou prejudicial.
“Curtir algo que é ilegal mostra que há apoio popular para o problema que está sendo levantado. Muitos “likes” podem iniciar um incêndio na pradaria”, disse David Zweig, professor emérito da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, referindo-se a uma expressão chinesa sobre como uma única faísca pode iniciar um incêndio muito maior.
Manifestantes têm registrado e publicado nas redes sociais conteúdos envolvendo os protestos contra o governo. Os internautas utilizam códigos em uma tentativa de driblar os censores do país, que removem as postagens consideradas subversivas.
“As autoridades estão muito preocupadas com a disseminação das atividades de protesto, e um importante meio de controle é interromper as comunicações dos potenciais manifestantes, incluindo relatórios de atividades de protesto e apelos para se juntar a eles” analisou o professor de ciência política da Universidade da Cidade de Hong Kong, Joseph Cheng.