Na manhã desta terça-feira (7/3), policiais da 9ª DP (Lago Norte), com apoio operacional da Interpol de Lisboa (Portugal), cumpriram seis mandados de prisão preventiva, bloqueio de contas bancárias, sequestro de criptoativos e derrubada de websites. A ação se deu em razão da Operação Difusão Vermelha deflagrada após um ano de investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), para colher elementos que comprovaram a existência de uma organização criminosa transnacional, sediada em Portugal, que tinha por exclusiva finalidade aplicar golpes no Brasil.
De acordo com as investigações, a atividade ilícita já ocorria há pelo menos quatro anos e vitimou milhares de pessoas em território nacional e expatriou milhões de reais por meio de um esquema bem estruturado de criptomoedas.
O modus operandi do esquema criminoso
As apurações comprovaram que um homem, de nacionalidade tcheca e residente em Lisboa, montou um escritório de fachada para funcionar uma suposta empresa de publicidade, porém a verdadeira operação da empresa era vender falsos investimentos na bolsa de valores por meio de empresas fantasmas de corretagem.
Nesse local, o tchecoslovaco montou um call center e contratou centenas de brasileiros, a maioria, imigrantes ilegais que, sem opção de trabalho, sujeitaram-se a participar do esquema, que tinha como alvo, a contratação de pessoas que falassem fluentemente português, o que validava a escolha de vítimas brasileiras que fariam ligações diárias ao Brasil para oferecer opções de investimentos, como Day Trade e Forex.
A equipe de investigação da PCDF confirmou que os envolvidos usavam todo tipo de argumento para convencer as vítimas a ingressar no mercado de valores e fazer aplicações que gerariam altas rentabilidades com garantia. As vítimas enganadas passavam a investir nas ações indicadas pelos criminosos, mas diferente do prometido, sempre perdiam todo o valor investido.
“Tomados pelo desespero das perdas, eram incentivados a fazer novos investimentos com esperança de reverter o prejuízo. Ocorre que os novos investimentos também geravam outras perdas, alimentando uma bola de neve. Depois de perderem todas suas economias e se endividarem ainda mais em bancos, quando as vítimas não tinham mais um centavo para aplicar, os criminosos cortavam os contatos telefônicos e elas ficavam sem a quem recorrer”, explica o delegado da 9ª DP, Eric Sallum.








