Em discurso, Trump fala em retomar ‘era de ouro nos EUA’ e anuncia primeiras medidas

Foto: Reprodução/Instagram

“A era de ouro da América começa agora”. Foi assim que Donald J. Trump iniciou seu discurso inaugural de cerca de 30 minutos como 47° presidente dos Estados Unidos. As primeiras palavras do republicano na volta ao cargo refletiram o lema que o conservador traz consigo ao longo de sua vida política: Make America Great Again (Tornar a América grande de novo, na tradução literal).

Trump quis deixar bem claro no início de sua fala que seu principal objetivo no retorno ao cargo é fazer com que os Estados Unidos voltem a ser respeitados ao redor do mundo, como a potência econômica e bélica que são, sem que ninguém tire vantagem do país norte-americano.

– Deste dia em diante, nosso país florescerá e será respeitado novamente em todo o mundo. Seremos a inveja de todas as nações, e não permitiremos que tirem vantagem de nós por mais tempo – declarou.

RETOMADA DA CONFIANÇA PERDIDA

Trump prometeu que a nação em breve será “maior, mais forte e muito mais excepcional do que nunca” e que ele retorna ao cargo de presidente “confiante e otimista” de que está “no início de uma nova era emocionante de sucesso nacional”.

– Uma onda de mudanças está varrendo o país – afirmou.

O presidente argumentou também que o governo está enfrentando uma “crise de confiança”, dizendo que um “establishment radical e corrupto” causou estragos na nação por vários anos. Ele disse que o governo dos EUA não consegue mais fornecer serviços básicos, apontando para as consequências desastrosas do furacão que destruiu o oeste da Carolina do Norte.

– Tudo isso vai mudar a partir de hoje – disse.

O líder conservador ainda disse que sua vitória recente é um “mandato” para reverter completamente o que ele chamou de uma horrível “traição” ao povo americano. Trump disse que espera devolver ao povo sua fé, riqueza, democracia e liberdade.

– A partir deste momento, o declínio da América acabou – apontou.

“SALVO POR DEUS”

O conservador também disse que, nos últimos oito anos, foi “testado e desafiado” mais do que qualquer presidente na história, ressaltando que “a jornada para recuperar nossa república não foi fácil”. O chefe de Estado citou o atentado contra sua vida em Butler, na Pensilvânia, no ano passado, quando uma bala passou de raspão em sua orelha, quase atingindo sua cabeça.

– Minha vida foi salva por uma razão. Fui salvo por Deus para tornar a América grande novamente – resumiu.

IMIGRAÇÃO

Trump também fez uma prévia de uma de suas primeiras medidas executivas sobre imigração, dizendo que declarará uma emergência na fronteira sul e restabelecerá várias das políticas que implementou em seu primeiro mandato. Ele disse que “acabará com a prática de captura e soltura” e designará os cartéis de drogas mexicanos como organizações terroristas estrangeiras.

UNIDADE COMO PAÍS

O presidente americano também destacou o tema de unidade em sua fala, dizendo que agirá com propósito e rapidez para trazer de volta a esperança, a prosperidade e a paz para os americanos de todas as raças, religiões, cores e credos. Para ilustrar isso, Trump citou sua “vitória poderosa” nos estados-pêndulo.

– Às comunidades negra e hispânica, quero agradecer pela tremenda demonstração de amor e confiança que vocês demonstraram por mim com seu voto. Ouvi suas vozes na campanha e estou ansioso para trabalhar com vocês nos próximos anos – acrescentou.

Além disso, o líder disse que a nação estava “rapidamente se unificando” em torno de sua agenda, ao mesmo tempo em que delineou o que os republicanos anunciaram como um mandato do povo americano para mudar o status quo. O político disse que seu mandato não esquecerá da Constituição e nem de Deus.

– A unidade nacional está agora retornando à América e a confiança e o orgulho estão crescendo como nunca antes. Em tudo o que fizermos, minha administração será inspirada por uma forte busca pela excelência e sucesso implacável. Não esqueceremos nosso país, não esqueceremos nossa Constituição e não esqueceremos nosso Deus – ilustrou.

MEDIDAS ECONÔMICAS

Trump declarou que ordenará que os membros do seu gabinete ataquem a inflação e culpou os gastos do governo e os altos custos de energia pelo aumento dos preços. O presidente não deu detalhes sobre como planeja atacar os preços altos, mas espera-se que ele assine um memorando presidencial sobre inflação. O republicano também disse no discurso que revogará a exigência de veículos elétricos da era Biden.

O 47° presidente americano reforçou que “imediatamente” começará a reformular o sistema comercial dos EUA para “proteger os trabalhadores e famílias americanas”, dizendo que em vez de taxar cidadãos “para enriquecer outros países”, o país pretende fazer o contrário, ao “taxar países estrangeiros para enriquecer” seus cidadãos.

Trump também anunciou a criação da External Revenue Service (Serviço de Receitas Externas, na tradução literal) – órgão que terá como objetivo arrecadar receitas do exterior – e do Departamento de Eficiência Governamental, ou DOGE, liderado por Elon Musk.

QUESTÃO DE GÊNERO

A questão de gênero e raça também foi um dos tópicos do discurso inicial de Trump. Ao falar sobre o tema, o republicano disse que os EUA “esquecerão uma sociedade que não considera a cor e é baseada no mérito” e que a política oficial do governo será de que haverá apenas “dois gêneros”.

– Esta semana também encerrarei a política governamental de tentar aplicar engenharia social à raça e ao gênero em todos os aspectos da vida pública e privada – declarou.

GOLFO DO MÉXICO E CANAL DO PANAMÁ

Trump ainda confirmou que buscará renomear o Golfo do México para Golfo da América, algo que ele já sugeriu antes e um assunto pelo qual alguns de seus aliados no Congresso planejam pressionar, e disse que também reverterá o nome de Denali, no Alasca, para Monte McKinley, o nome que olocal tinha antes do ex-presidente Barack Obama renomeá-lo.

A respeito da política externa, o novo presidente destacou que seu “legado de maior orgulho” será como um “pacificador e unificador”, dizendo que é isso que ele quer ser. O chefe de Estado comemorou o cessar-fogo entre Israel e o Hamas e o retorno dos reféns que começou neste domingo (19).

O presidente ainda voltou a expressar para seu desejo de reafirmar o controle dos EUA sobre o estrategicamente importante Canal do Panamá, que ele disse estar hoje sobre o comando da China, apesar de o presidente panamenho José Raúl Mulino negar a acusação.

– A China está operando o Canal do Panamá. Não o demos à China, demos ao Panamá. E estamos tomando-o de volta – disse Trump.

FUTURO

Ao encerrar sua fala, o presidente americano disse que “não há nada” que os americanos não possam fazer e nenhum sonho que eles “não possamos alcançar” se trabalharem juntos.

– Muitas pessoas achavam que era impossível para mim encenar um retorno político tão histórico, mas, como vocês veem hoje, aqui estou. O povo americano falou – ilustrou.

Por fim, ele disse que está diante dos americanos como prova de que eles “nunca devem acreditar que algo é impossível de fazer”, acrescentando que, “na América, o impossível” é o que eles fazem melhor.

– Estou com vocês, lutarei por vocês e vencerei por vocês – concluiu.

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