O influenciador digital Hytalo Santos, natural da Paraíba, foi preso nesta sexta-feira (15/8) em São Paulo, alvo de uma investigação conduzida pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
Ele é acusado de exploração e exposição de crianças e adolescentes em conteúdos publicados nas redes sociais, prática que ganhou repercussão nacional após denúncias do youtuber Felca, que tem mais de 4 milhões de inscritos.
As acusações envolvem a chamada “adultização” de menores, com produção de vídeos que, segundo as autoridades, violam a dignidade e os direitos de crianças e adolescentes. Desde o dia 6 de agosto, quando o caso veio à tona, Hytalo foi alvo de diversas medidas judiciais, incluindo busca e apreensão, bloqueio de suas redes sociais e proibição de contato com os adolescentes mencionados nos processos.
Na terça-feira (12/8), a Justiça determinou a suspensão do acesso do influenciador a todas as suas contas em redes sociais e a desmonetização de seus conteúdos. A decisão, de caráter provisório, também impede que Hytalo mantenha contato com os menores citados nas investigações.
Na quinta-feira (14/8), policiais cumpriram mandado de busca e apreensão na residência do influenciador em João Pessoa, recolhendo celulares e um computador. O mandado autorizava arrombamento, caso houvesse resistência. No dia anterior, a primeira tentativa de cumprimento foi frustrada porque o imóvel estava fechado.
Defesa nega acusações
A defesa de Hytalo Santos afirma que ele não foi informado previamente sobre as buscas por se tratar de medida judicial sigilosa e reforça que o influenciador “jamais compactuou com qualquer ato atentatório à dignidade de crianças e adolescentes”. Em nota, a equipe jurídica declarou que o influenciador está à disposição da Justiça e que “tudo restará definitivamente provado no curso da investigação”.
Repercussão e próximos passos
O caso continua sob investigação, e as autoridades buscam reunir mais provas sobre o conteúdo produzido e publicado pelo influenciador. A prisão de Hytalo e as medidas adotadas contra ele fazem parte de um esforço do MPPB e do MPT para combater a exploração de menores no ambiente digital, especialmente em produções com viés sexualizado.
A repercussão do caso acendeu novamente o debate sobre os limites da exposição infantil na internet e a necessidade de fiscalização mais rígida para proteger crianças e adolescentes de conteúdos nocivos e práticas ilegais nas redes sociais.