O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) protocolou, nesta quinta-feira (28/8), uma notícia-crime na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o também deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). O petista acusa o adversário de espalhar desinformação sobre o sistema financeiro nacional e, indiretamente, favorecer práticas de lavagem de dinheiro.
A iniciativa surge em meio à repercussão da megaoperação deflagrada na Faria Lima, centro financeiro de São Paulo, que atingiu instituições e empresas ligadas a supostos esquemas de irregularidades no setor. Segundo Rogério Correia, a postura de Nikolas nas redes sociais contribui para fragilizar a confiança da população nas regras de controle do sistema financeiro.
Na notícia-crime, Correia destaca um vídeo publicado por Nikolas em 14 de janeiro no Instagram. Na gravação, o parlamentar critica supostas alterações na fiscalização do Pix, que teriam sido estudadas pelo governo, mas posteriormente descartadas. A peça de desinformação, segundo o petista, gerou alarmismo e confundiu a opinião pública.
Com tom de denúncia e teor alarmista, a postagem alcançou números expressivos: mais de 336 milhões de visualizações até esta quinta-feira (27). Para o autor da notícia-crime, a ampla repercussão é prova de que o vídeo não pode ser tratado como mera opinião, mas como potencial ameaça à credibilidade das instituições financeiras e das ferramentas de pagamento eletrônico.
Rogério Correia argumenta que Nikolas pode ter infringido dispositivos legais ao propagar informações falsas de interesse coletivo, já que o Pix integra a estrutura de pagamentos do Banco Central e é utilizado por milhões de brasileiros diariamente. Além disso, o petista sustenta que a postura do colega de Câmara se enquadra na prática de ataques sistemáticos às instituições, enfraquecendo políticas públicas de combate à lavagem de dinheiro.
“Não se trata apenas de discurso político. A dimensão alcançada pela fala de Nikolas demonstra risco concreto de instabilidade para o sistema financeiro nacional”, teria dito Correia em documento encaminhado à PGR.
Caberá agora à Procuradoria-Geral da República avaliar a procedência da notícia-crime e decidir se abre investigação formal contra o parlamentar do PL. Até o momento, a defesa de Nikolas Ferreira não se manifestou publicamente sobre o caso.
