O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou, nesta quinta-feira (24/7), que o governo brasileiro retirou o país da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA, na sigla em inglês). Desde 2021, o Brasil participava da entidade como membro observador, posição que permitia acompanhar as discussões e iniciativas sem direito a voto.
A decisão ainda não foi confirmada oficialmente pelo governo federal ou pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty). No entanto, segundo fontes ligadas à diplomacia israelense em Brasília, a saída foi comunicada de forma informal e sem justificativa detalhada por parte do Itamaraty.As informações são do Metrópoles.
A saída ocorre em meio ao aumento das tensões diplomáticas entre os governos de Lula e de Benjamin Netanyahu, intensificadas principalmente pelas declarações do presidente brasileiro sobre a atuação militar de Israel na Faixa de Gaza. Em diversos momentos, Lula comparou a ação de Israel a práticas genocidas, o que provocou reações duras por parte de autoridades israelenses.
De acordo com o governo israelense, a retirada brasileira da IHRA seria mais um reflexo do posicionamento da gestão petista em relação ao conflito entre Israel e o grupo Hamas. A crítica mais recente feita por Israel à diplomacia brasileira se refere ao apoio público dado pelo Brasil à ação movida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), que acusa Israel de práticas de genocídio contra a população palestina.
Criada na década de 1990, a IHRA é composta por mais de 30 países e tem como missão preservar a memória do Holocausto e combater o antissemitismo no mundo. A entidade reúne governos, especialistas e instituições acadêmicas para promover ações educacionais e políticas públicas voltadas à conscientização histórica sobre os crimes cometidos contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
A possível saída do Brasil da aliança internacional acendeu um alerta entre diplomatas e membros da comunidade judaica. Críticos da medida apontam que o gesto pode representar um retrocesso no compromisso do país com a luta contra o antissemitismo e com a preservação da memória do Holocausto.
Até o momento, o governo brasileiro não emitiu nota oficial confirmando ou explicando os motivos da saída da IHRA.