A Justiça da Itália decidiu manter a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) presa por enxergar “grau máximo” de risco de que a parlamentar fuja do país caso seja solta. Dessa forma, a congressista brasileira terá que permanecer no cárcere até a decisão sobre sua extradição.
Zambelli passou por audiência com três juízes nesta quarta-feira (27). Na ocasião, a defesa relatou que ela tem ao menos dez doenças, apresentando um laudo de quase 90 páginas de uma perícia médica contratada de forma paralela à solicitada pela Justiça. Com base no documento, os advogados argumentam que o estado de saúde de sua cliente foi agravado durante a detenção.
Os juízes, por outro lado, concluíram que a parlamentar possui condições de permanecer na prisão, desde que sob tratamento. Eles afirmam que a perícia comprovou que a “equipe que trabalha na unidade onde a paciente está internada garante a administração correta de terapias farmacológicas, o monitoramento básico e especializado constante da saúde e a administração correta e consistente das terapias estabelecidas”.
O advogado de Zambelli, Fabio Pagnozzi, disse à jornalista do portal G1 Andréia Sadi que o responsável por realizar a perícia solicitada pelo Estado italiano falou por apenas dois minutos, limitando-se a dizer que ela poderia seguir em cárcere, sem entrar em mais detalhes. O defensor ainda negou que haja risco de fuga por parte da congressista:
– Ela não tem nem passaporte italiano, nem passaporte brasileiro e não tem dinheiro porque o Alexandre de Moraes [ministro do STF] bloqueou as contas dela e do marido. Então, ela não tem como ir para outro lugar – argumentou.
Zambelli está presa desde 29 de julho, depois de ter seu nome incluído na difusão vermelha da Interpol. Ela foi condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sob a acusação de ser a mentora de uma invasão hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Na última semana, ela voltou a ser condenada pelo STF, dessa vez a cinco anos e três meses de prisão por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo. Sua defesa nega o cometimento dos crimes e afirma que contestará as decisões “firmemente”.