O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu de sua residência no Condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico, na manhã deste sábado (16/8), para realizar exames médicos no Hospital DF Star.
Essa é a primeira vez que Bolsonaro deixa o local desde que passou a cumprir prisão domiciliar, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 4 de agosto.
Bolsonaro chegou à unidade hospitalar pouco antes das 9h, acompanhado por escolta policial discreta e assessores próximos. A visita foi previamente autorizada pela Justiça, diante da necessidade de acompanhamento clínico após relatos de piora no quadro de saúde do ex-presidente.
Segundo os advogados, a saúde de Bolsonaro apresentou complicações três dias após o início da prisão domiciliar. A defesa solicitou visitas frequentes de médicos e o direito de realizar exames externos, destacando que o estado clínico exigia cuidados que não poderiam ser garantidos apenas no ambiente residencial.
Bolsonaro tem histórico de problemas de saúde decorrentes da facada sofrida em 2018, durante a campanha presidencial, o que o levou a passar por diversas cirurgias no aparelho digestivo nos últimos anos. Desde então, os episódios de dores abdominais e instabilidade clínica têm sido constantes, inclusive em viagens internacionais.
A prisão domiciliar foi decretada no âmbito das investigações sobre suposta tentativa de golpe de Estado e atos antidemocráticos. Moraes entendeu que havia risco à ordem pública e determinou que Bolsonaro permanecesse em sua casa, monitorado eletronicamente. A decisão gerou forte reação política: aliados classificaram a medida como “exagerada” e “perseguição”, enquanto críticos apontaram que a medida representava uma forma de impedir articulações políticas.
Desde que foi obrigado a permanecer no condomínio, Bolsonaro vinha mantendo uma rotina discreta, recebendo apenas familiares próximos e advogados. A saída para exames, portanto, representa um marco importante tanto no campo jurídico quanto no político, pois expõe sua condição de saúde ao mesmo tempo em que reacende o debate sobre sua prisão.
