Um casal de turistas de Mato Grosso foi agredido por comerciantes na praia de Porto de Galinhas, no Litoral Sul de Pernambuco, na tarde do sábado (27). A confusão começou após uma divergência sobre o valor cobrado pelo uso de cadeiras de praia, que teria sido alterado sem aviso prévio.
As vítimas são os empresários Johnny Andrade e Cleiton Zanatta, que estão de férias em Pernambuco. Segundo o relato do casal, eles chegaram à praia por volta das 10h e foram abordados por um barraqueiro, que informou que o valor das cadeiras seria de R$ 50 caso não houvesse consumo de petiscos. Ainda de acordo com Johnny, o comerciante também disse que, se houvesse consumo, o uso das cadeiras não seria cobrado.
Durante o período em que permaneceram na praia, o casal consumiu duas águas de coco. Por volta das 16h, ao pedir a conta, foram informados de que o valor das cadeiras seria de R$ 80, sob a justificativa de que não houve consumo de alimentos. Ao questionar a mudança no preço e se recusar a pagar o novo valor, Johnny afirma que foi agredido.
De acordo com o empresário, o barraqueiro arremessou uma cadeira contra ele, que tentou se proteger com o braço. Em seguida, outros comerciantes teriam se juntado às agressões. Johnny relatou que cerca de 15 a 20 pessoas participaram do ataque. Ele também afirmou acreditar que o fato de estar com o companheiro e de serem um casal gay pode ter influenciado a violência.
Cleiton conseguiu se afastar para pedir ajuda. Com o apoio de guarda-vidas civis, o casal foi retirado do local e levado à Delegacia de Porto de Galinhas. Antes de registrar a ocorrência, as vítimas precisaram buscar atendimento médico devido aos ferimentos. Todo o deslocamento foi feito por transporte por aplicativo, já que, segundo eles, não houve disponibilização de ambulância.
Inicialmente, Johnny foi atendido em uma unidade de saúde de Porto de Galinhas, onde recebeu medicação. No entanto, o médico informou que seria necessário realizar exames de imagem, inexistentes no local, o que exigiu o encaminhamento para o hospital de Ipojuca. Após a realização de exames, que descartaram fraturas, Johnny foi medicado e liberado para continuar o tratamento em casa.
Enquanto estavam no hospital, policiais entregaram os pertences do casal que haviam ficado na praia. Johnny também relatou que recebeu o Pix da dona da barraca e realizou o pagamento solicitado.
Em nota, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco informou que, quando as forças de segurança chegaram ao local, a situação já estava controlada e que as vítimas foram socorridas por guarda-vidas civis. A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o caso, tratado como lesão corporal, e informou que a investigação é prioridade.
O governo de Pernambuco afirmou que 14 pessoas já foram identificadas e serão indiciadas. O setor de inteligência da SDS segue investigando o caso. A governadora Raquel Lyra classificou o episódio como crime grave e disse que o ocorrido é “absolutamente inadmissível”. Segundo o governo estadual, ações de segurança foram reforçadas na região e uma reunião foi realizada nesta segunda-feira (29) com representantes das forças de segurança, órgãos de defesa do consumidor, direitos humanos e da prefeitura de Ipojuca para tratar do ordenamento do comércio local.








