Nesta quinta-feira (3), manifestantes com faixas e cartazes invadiram a sede do banco Itaú na Avenida Faria Lima, zona oeste de São Paulo. O grupo exigia justiça tributária e maior taxação de milionários no Imposto de Renda.
Os manifestantes, que fazem parte da Frente Nacional de Mobilização Povo Sem Medo, acusam os proprietários do Itaú de “pagarem menos imposto que a maioria esmagadora do povo que luta para pagar aluguel e comer”, referindo-se à recente compra do edifício-sede por R$ 1,5 bilhão.
Com mensagens como “O povo não vai pagar a conta”, “Chega de mamata” e “Taxação dos super-ricos já!”, os cartazes expressavam o protesto. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram centenas de pessoas correndo e invadindo o prédio.
Em nota, a Frente Nacional de Mobilização Povo Sem Medo, que defende a “taxação dos super-ricos”, afirmou que a manifestação serve também como um recado direto ao Congresso Nacional. “Basta de proteger os interesses da elite cortando na carne os dos trabalhadores. Já passou da hora de taxar os super-ricos e isentar quem ganha até R$ 5 mil de imposto de renda. O povo vai cobrar nas ruas”, declarou a organização.
O Itaú optou por não comentar o assunto.
Entenda
O protesto acontece em um momento de tensão entre o governo do Presidente Lula e o Congresso Nacional. O Palácio do Planalto tem intensificado o discurso de “ricos versus pobres”, mirando em “bilionários, bets e bancos”, um grupo com forte influência no Legislativo.
Guilherme Boulos (PSOL), cotado para a Secretaria-Geral da Presidência, é uma das vozes mais ativas nesse debate. “Não é briga política, partidária. É a elite, junto com a direita e o centrão se unindo contra o povo brasileiro”, afirmou Boulos em vídeo.
Em resposta, Hugo Motta (Republicanos), presidente da Câmara dos Deputados, criticou o governo nas redes sociais na última segunda-feira (30), rebatendo o discurso de “nós contra eles” e afirmando que “quem alimenta o nós contra eles acaba governando contra todos”.