Zambelli anuncia greve de fome para que ministro italiano negue extradição

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados).

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou, nesta quinta-feira (9) que iniciará uma greve de fome como forma de pressionar a Justiça da Itália a negar o pedido de extradição feito contra ela pelo governo brasileiro. A informação consta em uma carta escrita à mão pela parlamentar, endereçada ao ministro da Justiça italiano, Carlo Nordio.

No documento divulgado por Zambelli e seu advogado, Fabio Pagnozzi, a congressista afirma ser vítima de perseguição política devido à sua atuação como parlamentar no Brasil e insta o ministro a se posicionar sem levar em conta espectros políticos, mas sim o que é “certo” neste caso (leia a carta completa ao fim desta matéria).

– Soube que o senhor se manifestou a favor da manutenção da minha prisão, depois da pressão do presidente do Brasil, Lula, e do embaixador do Brasil na Itália. Dessa forma, o senhor coloca ao seu lado o homem mais ****** da história do Brasil e talvez do mundo. Não se trata de direita ou esquerda, mas de certo ou errado. O senhor está ao lado que (sic) apoia Hamas, tráfico de drogas, terrorismo, Irã, regimes narcoditadores como na Venezuela, ditadura de Cuba, entre outros pela América do Sul e da África. De mãos dadas com o presidente que disse NÃO À EXTRADIÇÃO de Cesare Battisti, mesmo ele não sendo brasileiro – argumentou.

Na sequência, a parlamentar defende que, ao se manifestar favorável à sua prisão, Nordio “abraçou a decisão injusta e sem provas” do ministro Alexandre de Moraes, e lembrou que o magistrado foi recentemente sancionado pelos Estados Unidos e é alvo de pedidos de impeachment no Senado Federal brasileiro.

– Com esse consentimento seu em manter uma cidadã inocente na cadeia, o senhor está de mãos dadas com o próprio demônio e vai se sujar também? Busquei a Itália porque tenho esperança deste país ainda prezar pela democracia e a justiça, meus antepassados Zambelli, Tomazetti, Fachini e tantos outros lutaram por esta Itália justa e perfeita – adicionou.

Por fim, Zambelli fez o anúncio de que, a partir de agora, se privará de ingerir alimentos até que a Itália se manifeste contrária à sua extradição para o Brasil. Ela afirmou considerar que não vale a pena “viver sem justiça”.

– Por ter a certeza absoluta que o senhor não tomou a melhor decisão, começo hoje uma greve de fome que só o senhor pode acabar, negando minha extradição, o que me colocará em liberdade, que é o correto. Se o governo do Brasil fez pressão no senhor, então minha greve de fome também fará. Do que adianta viver sem justiça? Espero que não seja outro romano a “lavar suas mãos”. Minha vida está em suas mãos – frisou.

Entenda

Zambelli está presa na Itália enquanto aguarda o país decidir se a extraditará para o Brasil. Ela foi detida em 29 de julho, depois de ter seu nome incluído na difusão vermelha da Interpol.

A parlamentar foi condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sob a acusação de ser a mentora de uma invasão hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Em agosto, ela voltou a ser condenada pelo STF, dessa vez a cinco anos e três meses de prisão por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo. Sua defesa nega o cometimento dos crimes e afirma que contestará as decisões “firmemente”.

Leia a carta completa a seguir:

Excelentíssimo senhor ministro da Justiça,

Meu nome é Carla Zambelli Salgado de Oliveira, deputada federal licenciada pelo estado de São Paulo, a mulher mais votada em 2022 e a terceira mais votada entre 513 homens e mulheres. Estou sendo vítima de perseguição política. Sou mãe de um jovem de 17 anos. Ontem, soube que o senhor se manifestou a favor da manutenção da minha prisão, depois da pressão do presidente do Brasil, Lula, e do Embaixador do Brasil na Itália. Dessa forma, o senhor coloca ao seu lado o homem mais *********** da história do Brasil e talvez do mundo. Não se trata de direita ou esquerda, mas de certo ou errado.

O senhor está ao lado que apoia HAMAS, tráfico de drogas, terrorismo, Irã, regimes narcoditadores como na Venezuela, ditadura de Cuba, entre outros outros pela América do Sul e da África.

De mãos dadas com o presidente que disse NÃO À EXTRADIÇÃO de Cesare Battisti, mesmo ele não sendo brasileiro.

O senhor abraçou a decisão injusta e sem provas de um juiz brasileiro Alexandre de Moraes, que foi recentemente sancionado pelo PRESIDENTE TRUMP com o cancelamento de seu visto nos EUA e a aplicação da Lei Magnitsky, pois o governo dos Estados Unidos já tem provas suficientes de que ele age ao arrepio da lei, está perseguindo politicamente cidadãos inocentes, jornalistas e políticos de direita, enquanto tem ********* no Brasil.

O Senado brasileiro está prestes a fazer o impeachment deste juiz da Suprema Corte.

O embaixador do Brasil na Itália te pressiona porque odeia o fato de eu ter sido uma das autoras do impeachment de sua tia, Dilma Rousseff. Além de firmar este impeachment, eu era líder dos movimentos de rua, basta por no google e buscar por: “BANDILMA” + “ZAMBELLI” e verás porque me odeiam tanto e estão lhe usando para fechar um plano de vingança.

Com esse consentimento seu em manter uma cidadã inocente na cadeia, o senhor está de mãos dadas com o próprio demônio e vai se sujar também? Busquei a Itália porque tenho esperança deste país ainda prezar pela democracia e a justiça, meus antepassados Zambelli, Tomazetti, Fachini e tantos outros lutaram por esta Itália justa e perfeita.

Por ter a certeza absoluta que o senhor não tomou a melhor decisão, começo hoje uma greve de fome que só o senhor pode acabar, negando minha extradição, o que me colocará em liberdade, que é o correto.

Se o governo do Brasil fez pressão no senhor, então minha greve de fome também fará.

Do que adianta viver sem justiça? Espero que não seja outro romano a “lavar suas mãos”. Minha vida está em suas mãos. Que Deus te abençoe, Carla Zambelli”.

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