Acusada de matar noivo com tiro no olho em motel do DF vai a júri popular

Foto: Reprodução

Acusada de matar o noivo com um tiro no olho direito, Marcella Ellen Paiva Martins, de 32 anos, vai a júri popular. O Tribunal do Júri seria realizado nesta quinta-feira (26/9), no entanto, novas provas foram apresentadas pela defesa da ré na última semana. Por conta disso, o juiz decidiu adiar o julgamento para o dia 22 de outubro.

O crime ocorreu em novembro de 2022, no Motel Park Way, no Setor de Postos e Motéis da Candangolândia. A acusada só foi capturada dias depois do crime, no município de Girassol (GO), após usar uma arma de fogo calibre. 38 para tentar roubar uma Kombi.

À época, Marcela era estudante de direito. Quando foi presa, confessou o crime aos policiais e alegou que cometeu o assassinato em legítima defesa. Marcela também contou que era noiva da vítima, Jordan Guimarães Lombardi, de 39 anos, há cerca de dois anos e que moravam no bairro de Moema, em São Paulo. Antes disso, a brasiliense vivia com a família na Asa Norte.

Jordan era empresário e trabalhava em um dos mais altos cargos da McKinsey & Company, uma empresa de consultoria empresarial americana. Marcella será julgada pelo júri do Núcleo Bandeirante. O processo está em segredo de Justiça.

Relembre o caso

A vítima foi encontrada morta com diversos hematomas e um tiro no olho direito.

De acordo com as investigações, Marcella trabalhava como acompanhante de luxo antes de conhecer o companheiro. No Instagram, ela acumulava mais de 50 mil seguidores, onde compartilhava fotos de viagens luxuosas por Dubai, Alemanha, França e Maldivas

Segundo depoimento de Marcella aos policiais, o casal se conheceu há dois anos e moravam no bairro de Moema, em São Paulo. Antes disso, a brasiliense vivia com a família na Asa Norte. Na capital, Marcella se formou em direito e conheceu o empresário anos depois. Noivos, o casal decidiu comemorar a festa da união no DF. Todos os preparativos estavam acertados, incluindo o salão, a decoração e até a data do casório.

No domingo, os dois deixaram a capital paulista e viajaram de carro para o DF para oficializar a união no civil, que seria na quarta. Porém, Marcella contou aos policiais que há cerca de dois meses descobriu que a filha de Jordan, fruto de um outro relacionamento, sofria abusos sexuais do padrasto. E ela, por já ter um histórico de estupro quando criança, cobrou uma postura do noivo para defender a filha. No entanto, ele não queria denunciar o caso.

Devido às cobranças da noiva, Jordan falou que iria resolver a situação e comprou uma arma de fogo de maneira ilegal em São Paulo. Segundo ela, por conta de toda situação, o relacionamento do casal vinha se desgastando.

Os dois chegaram em Brasília na segunda-feira e ficaram em uma suíte do motel. Lá os dois consumiram drogas. Conforme relatou Marcella à polícia, momentos antes de efetuar o disparo ela contratou um garoto de programa para ir ao quarto em que o casal estava hospedado. Ela pagou via Pix, no valor de R$ 5 mil, mas negou ter praticado sexo com o rapaz. Ela narra também que o companheiro acabou discutindo e agrediu o homem.

Ele teria chegado ao quarto na noite de terça-feira (8/11), deixado por um carro de aplicativo. E saiu depois de, aproximadamente, duas horas. O garoto de programa teria ficado assustado com a briga do casal e, percebendo que havia uma arma de fogo no local, foi embora.

Com a saída dele, o casal voltou a discutir e Marcella voltou a falar sobre o assunto referente à filha de Jodan, momento em que, segundo ela, ligou para o Disque 100 e fez uma denúncia. Neste momento, a mulher conta que o noivo partiu para cima dela e a agrediu. “Ela apontou a arma para ele e ele foi para cima. E falou: ‘Pode me matar, não estou nem aí, não quero saber da minha vida também’. Ela respondeu que não faria isso e ele foi lá e deu outro tapa nela. Quando ele deu esse segunda tapa, com a arma apontada, apertou o gatilho”, disse o advogado Johnny Cleik.

Na madrugada, a mulher fugiu do local em um Audi Q7 e dirigiu até próximo à Girassol, mas o carro parou de funcionar no meio do caminho. Ainda seminua, ela desceu do veículo, pegou a arma e abordou o motorista de uma Kombi. Aproveitando-se da distração da mulher, o motorista do veículo correu até à BR-070 e pediu socorro. Outro motorista que passava pela via o levou até uma viatura. Momento em que policiais militares de Goiás se deslocaram ao local e prenderam a mulher em flagrante.

No momento da prisão, ela portava a pistola e quatro munições.

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