Adolescente de 15 anos morre por complicações do uso de cigarro eletrônico no DF

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Uma adolescente de 15 anos faleceu nesta quarta-feira (28) no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) devido a complicações pulmonares. A causa, segundo relatos, está ligada ao uso de cigarro eletrônico.

A Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), em nota, informou que, conforme a legislação sobre sigilo de prontuário, não divulga dados de pacientes atendidos na rede pública.

Alerta sobre os Riscos do Vape

Populares entre os jovens, os cigarros eletrônicos (vapes) têm crescido em adesão no Brasil. Apesar de serem vendidos como uma alternativa menos prejudicial ao cigarro comum, esses dispositivos contêm substâncias tóxicas que podem causar graves doenças pulmonares e problemas cardiovasculares a longo prazo.

Especialistas alertam que, muitas vezes, a concentração de nicotina nos vapes é superior à do cigarro tradicional, aumentando o risco de dependência. “O uso do vape, além de causar doenças pulmonares e cardiovasculares, pode agravar condições pré-existentes, como asma e bronquite. Pacientes portadores de qualquer pneumopatia crônica terão a doença ou seus sintomas agravados”, explica o pneumologista Elie Fiss, do laboratório Alta Diagnósticos.

O funcionamento do vape envolve a vaporização de um líquido aromatizado. Durante o aquecimento, substâncias perigosas como formaldeído, acroleína, hidrocarbonetos aromáticos e benzaldeído são formadas e inaladas. Metais pesados como chumbo e níquel também podem estar presentes.

Mesmo sem queimar tabaco, os cigarros eletrônicos representam riscos à saúde, como a EVALI (doença pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico), uma lesão pulmonar aguda que pode surgir de forma súbita e grave, deixando sequelas permanentes. O risco é ainda maior em produtos com tetrahidrocanabinol (THC).

O uso prolongado de vapes pode levar a diversos problemas de saúde, incluindo:

  • Doenças pulmonares crônicas: bronquite crônica, enfisema, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e fibrose pulmonar.
  • Problemas cardiovasculares: aumento da pressão arterial e frequência cardíaca, maior risco de infarto do miocárdio e AVC, e danos aos vasos sanguíneos.
  • Efeitos neurológicos: dependência da nicotina, alterações no cérebro em desenvolvimento, aumento da ansiedade e irritabilidade.
  • Risco de câncer: exposição a substâncias no vape pode levar ao desenvolvimento de cânceres.

O pneumologista Fabrício Sanches, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, ressalta a alta capacidade de vício desses dispositivos. “Em relação à dependência, ambos [cigarro tradicional e eletrônico] são altamente viciantes devido à presença de nicotina, mas os cigarros eletrônicos podem facilitar a entrega de doses mais elevadas e rápidas da substância, potencializando o risco de dependência, especialmente entre jovens”, alerta.

Atualmente, cerca de 2,9 milhões de brasileiros utilizam esses dispositivos, e mais de 6 milhões já os experimentaram. A falta de regulamentação expõe consumidores a produtos de origem desconhecida e sem controle de qualidade, aumentando os riscos, especialmente entre adolescentes.

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