Enterro de jovem esfaqueado no DF é marcado por pedido de justiça

Foto: Luiz Claudio Ferreira/Agência Brasil

“Paralisado” e “atônito” como todos os seus colegas do Colégio Militar de Brasília, Tiago, de 16 anos, saiu da sala em que era velado o corpo do amigo Isaac Moraes da mesma idade. O menino queria respirar um pouco em meio à tanta emoção. Os colegas soltaram balões brancos antes do enterro no Cemitério Campo da Esperança, na região central da capital federal. 

Isaac foi assassinado com uma facada, na sexta-feira (17), depois de tentar recuperar o celular roubado por um grupo de adolescentes, entre as quadras 112/113, na Asa Sul, no Plano Piloto, em uma área considerada nobre da capital. O crime ocorreu perto do Parque batizado de Maria Claudia Del´Isola, jovem assassinada em dezembro de 2004.

O garoto, segundo a investigação e testemunhas, teria sido inicialmente abordado por um grupo de adolescentes que alegou precisar de conexão de wi-fi para fazer uma ligação. Isaac estava jogando vôlei com os colegas.

Os pais do adolescente morto, ambos da área de saúde, estavam consternados e sem condições de conceder entrevistas. O irmão de Isaac, o analista em tecnologia da informação, Edson Avelino, de 28 anos, falou em nome da família.

“Apesar da idade, Isaac era uma criança muito responsável e amada. Queria estudar na mesma área do que eu”, emocionou-se.

Em resposta à reportagem da Agência Brasil, Edson disse que espera que seja feita justiça e que, mesmo o crime tendo sido cometido por adolescentes deve ter punição.

“Em um país em que se vota aos 16 anos de idade, entendo que a pessoa deve pagar pelos seus atos. Comecei a trabalhar com 14 anos com meu pai”.

O delegado Rodrigo Larizzatti, da Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente (DCA), disse que sete adolescentes foram interrogados e três foram apreendidos. Ele confirmou que os adolescentes se aproximaram fingindo precisar de conexão à internet.

“É uma prática recorrente do grupo para iniciar os roubos. Três deles estavam diretamemte envolvidos. Foram apreendidos. Durante a atuação, não demonstraram remorso. Apenas um deles perguntou se a vítima havia falecido”.

 

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