Falsa biomédica que aplicou PMMA em influencer do DF cumprirá prisão domiciliar

Foto: Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou Grazielly da Silva Barbosa a cumprir prisão domiciliar. A falsa biomédica foi presa após aplicar polimetilmetacrilato (PMMA) nos glúteos da influenciadora digital do DF, Aline Maria Ferreira, de 33 anos, que morreu em decorrência do procedimento.

A defesa de Grazielly entrou com pedido de habeas corpus no STF alegando que a mulher tem filho de até 12 anos de idade incompletos e é a única responsável pela criança. Além disso, a mulher “também cuida de seu pai e sua mãe, ambos com câncer maligno, que fazem tratamento médico, quimioterapia e não têm sequer condição para cuidarem de si, ir ao tratamento e fazerem atividades laborais normais, muito menos cuidar de uma criança menor”.

A mulher só poderá se ausentar de sua residência com autorização judicial. “O descumprimento da prisão domiciliar implicará o restabelecimento da custódia preventiva, que poderá ser novamente decretada, a qualquer tempo, caso sobrevenha excepcional situação que exija a adoção de medida mais gravosa”, diz trecho da decisão.

Entenda o caso

Aline estava internada em um hospital particular de Brasília desde sábado (29). De acordo com os familiares, a jovem teve infecção generalizada após aplicação de PMMA nos glúteos.

A influenciadora começou a passar mal logo após a intervenção estética, em 23 de junho deste ano. A jovem voltou para casa, no Gama, e começou a ter febre e dor na barriga. Os familiares entraram em contato com a clínica, que recomendou apenas um remédio para dor de cabeça. Na quinta-feira (27/6), Aline piorou e chegou a desmaiar. O marido a levou para um hospital particular na Asa Norte e, depois para o Hran, onde a jovem ficou internada por um dia e, depois, foi transferida a um hospital da Asa Sul, onde veio a óbito.

No procedimento foi feita a aplicação de 30ml de PMMA em cada glúteo. De acordo com o marido da influencer, foi a própria dona da clínica em Goiânia que fez o procedimento. Ela é biomédica e chegou a visitar a vítima no Hran, ocasião em que afirmou que não tinha aplicado o produto PMMA, mas, sim, um “bioestimulador”.

A mulher acrescentou, ainda, que Aline poderia ter pegado uma infecção no lençol de casa, versão desmentida pela família, pois a vítima teria ficado o tempo todo de bruços, com as nádegas para cima e que nenhum medicamento dado no hospital surtiu efeito, possivelmente devido ao produto injetado.

A falsa biomédica foi levada para a delegacia após receber voz de prisão em flagrante por crimes contra as relações de consumo.

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