Influenciador Klebim é condenado a 9 anos de prisão por esquema de rifas ilegais no DF

O influenciador digital Kleber Rodrigues de Moraes, conhecido como Klebim, foi condenado a quase 10 anos de prisão por envolvimento em um esquema de rifas ilegais no Distrito Federal. A decisão da Justiça foi publicada nesta sexta-feira (17/10) e representa o desfecho de uma das maiores investigações sobre jogos de azar na região.

A sentença, proferida pelo juiz Marcos Francisco Batista, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), impôs a Klebim uma pena de 9 anos, 11 meses e 15 dias de reclusão em regime fechado, além de cinco meses de prisão simples. Ele foi condenado pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e promoção de rifas não autorizadas.

A condenação é resultado da Operação Huracán, realizada pela Polícia Civil do DF em março de 2022. A operação investigou uma associação criminosa que promovia sorteios de veículos de luxo por meio das redes sociais, sem qualquer autorização do Ministério da Economia ou da Loteria Federal.

Segundo o Ministério Público, o grupo movimentou cerca de R$ 20 milhões em dois anos, utilizando empresas de fachada e laranjas para ocultar os ganhos ilegais. Parte do dinheiro foi usado na compra de bens de alto valor, como carros importados e imóveis de luxo, tanto para ostentar quanto para lavar o dinheiro obtido com as rifas clandestinas.

Durante a operação, a polícia cumpriu mandados em Brasília, Águas Claras, Guará e Samambaia.
Quatro pessoas foram presas temporariamente. Também foram apreendidos nove carros de luxo — entre eles uma Ferrari e uma Lamborghini — e uma mansão no Park Way, avaliada em milhões de reais. A Justiça determinou ainda o bloqueio de R$ 10 milhões em contas ligadas aos envolvidos.

As investigações apontaram que o esquema possuía uma estrutura típica de organização criminosa, com divisão clara de funções e uso sistemático de mecanismos de lavagem de capitais. Empresas fantasmas emitiam notas fiscais frias e realizavam transferências simuladas, com o objetivo de legalizar os recursos.

Klebim, que ganhou fama com vídeos e rifas em suas redes sociais, usava sua imagem de sucesso para atrair novos seguidores e apostadores. Seu estilo de vida luxuoso se tornou uma vitrine do esquema que, apesar da aparência legal, operava à margem da legislação brasileira.

De acordo com o Ministério da Economia, sorteios e rifas só são permitidos no país quando autorizados previamente, e apenas instituições filantrópicas podem promovê-los — exclusivamente por meio da Loteria Federal. Mesmo que parte dos lucros seja destinada a ações sociais, a prática continua sendo ilegal sem autorização.

Para as autoridades, a condenação de Klebim representa um alerta: o uso das redes sociais para explorar a boa-fé de milhões de pessoas pode ter consequências graves. O caso também expôs a falta de fiscalização sobre sorteios virtuais e o crescimento dessa prática no ambiente digital.

Os veículos apreendidos seguem sob custódia da Polícia Civil, enquanto a Justiça decide o destino final dos bens. Eles se tornaram símbolo da queda de um império sustentado por promessas de sorte e riqueza rápida — agora desfeito pela força da lei.

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