A recente decisão que impugna a candidatura de advogados e advogadas negros à Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF) tratando das cotas raciais gerou uma onda de indignação e questionamentos.
Paulo Maurício Siqueira, popularmente conhecido como Poli, se manifestou firmemente contra essa medida, que atingiu não só a candidatura de Cris Damasceno, mas também a dignidade de profissionais que têm contribuído ativamente para a advocacia e, em especial, para o fortalecimento da representatividade racial na instituição.
“Fomos surpreendidos, nesta manhã, com notícias da imprensa e a nota da comissão eleitoral tratando das cotas raciais nas eleições da OAB-DF. Queremos, antes de mais nada, nos solidarizar com candidatos e candidatas que sofreram ataques e foram injustamente impugnados pela cor da pele”, declarou Paulo Maurício nas redes sociais.
A situação, que teve início com um pedido classificado por Poli, como “genérico” de impugnação, foi feito por outro candidato à presidência, Everardo Gueiros, levantando sérias dúvidas sobre este processo.
Cris Damasceno se defendeu com veemência, fazendo duras críticas à comissão organizadora e acusando-a de racismo. A candidata utilizou a situação para sustentar uma narrativa, estratégia que acabou dividindo ainda mais os candidatos. Enquanto isso, alguns concorrentes direcionaram suas acusações a Poli, apontando-o como responsável pelo pedido de impugnação. No entanto, Poli negou essas alegações prontamente
Apesar de ainda não haver decisão da comissão eleitoral, a ausência de argumentos concretos e a generalização da ação questionaram centenas de advogados negros, criando um ambiente de hostilidade e desconfiança em relação à diversidade e à igualdade na advocacia.
“Essa é uma bandeira muito importante para todos nós. Foi nosso grupo que passou a usar a cota ainda em 2018, antes mesmo de ser uma regra pela qual lutamos” conclui Poli.