Uma megaoperação policial desmantelou um esquema criminoso especializado na produção e venda de cosméticos falsificados que movimentou mais de R$ 500 milhões. Deflagrada nesta semana, a Operação Trade Dress cumpriu mandados de busca e apreensão em Ceilândia (DF) e Aparecida de Goiânia (GO), sendo considerada a maior ofensiva da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) contra a pirataria no setor.
A investigação, que durou cinco meses, revelou uma rede estruturada que envolvia uma fábrica em Goiás, uma distribuidora e diversas lojas de produtos de beleza no Distrito Federal. O grupo produzia, distribuía e vendia produtos que imitavam e usavam indevidamente marcas famosas e registradas. Durante a ação, mais de 50 mil frascos de perfumes irregulares, prontos para a venda, foram apreendidos, além de vestuário e aparelhos eletrônicos.
A operação foi conduzida pela Divisão de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM/CORF) e contou com o apoio da Vigilância Sanitária do DF (VISA/DF) e da Polícia Civil de Goiás (PCGO). Segundo as apurações, os investigados ostentavam uma vida de luxo nas redes sociais, com bens adquiridos com os lucros da atividade ilegal.
Os envolvidos responderão por uma série de crimes, incluindo organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude no comércio, crimes contra a saúde pública e concorrência desleal.
Risco à saúde do consumidor
A PCDF alerta para os graves perigos que cosméticos falsificados representam. Esses produtos são fabricados sem qualquer controle de qualidade ou higiene, frequentemente utilizando ingredientes tóxicos e em condições inadequadas. O uso de itens piratas pode causar sérios problemas de saúde, como erupções cutâneas graves, infecções nos olhos e até cicatrizes permanentes.
A comercialização de produtos ilegais causa enormes prejuízos não apenas às marcas e à livre concorrência, mas também ao Estado. Somente em 2024, o mercado ilegal gerou um prejuízo estimado em R$ 468 bilhões ao Brasil, com o setor de cosméticos e perfumes sendo um dos mais afetados.
