PCDF desarticula núcleo financeiro de esquema de golpes contra idosos

Foto: Divulgação/PCDF

Nesta quinta-feira (18/12), no Distrito Federal, uma nova etapa de uma operação policial voltada ao combate a fraudes contra idosos mirou a parte financeira de um esquema que atuava em diferentes estados do país, com foco no desvio de dinheiro por meio de golpes em caixas eletrônicos.

De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), a ação é a segunda fase da Operação Finório, conduzida pela Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (CORPATRI), com apoio da Polícia Civil do Estado de São Paulo (PCSP).

Nesta etapa, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos chamados “conteiros” da organização criminosa, pessoas responsáveis por receber, movimentar e repassar os valores obtidos nas fraudes, mediante pagamento de comissão. As diligências ocorreram em São Paulo (capital), Santos, Praia Grande, Suzano e Mogi das Cruzes, todas no estado de São Paulo.

Durante as buscas, os policiais apreenderam dezenas de cartões de crédito, apontados como instrumentos para a prática do golpe conhecido como “troca do cartão”, além de documentos de identidade em nome de terceiros e outros materiais considerados relevantes para o aprofundamento das investigações. O objetivo é mapear toda a rede de apoio que sustenta o fluxo financeiro do grupo, indo além dos membros que abordam diretamente as vítimas.

A Operação Finório teve início após investigação da CORPATRI que revelou um esquema itinerante, com base em São Paulo, mas atuação em diversas capitais brasileiras. De maneira organizada, integrantes da quadrilha viajavam semanalmente para diferentes cidades, com foco em pessoas idosas, consideradas mais vulneráveis a abordagens em ambientes como shoppings centers e supermercados.

O modo de agir seguia um roteiro repetido: os criminosos se aproximavam das vítimas em caixas eletrônicos sob o pretexto de ajudar em operações bancárias, como supostas atualizações de chip ou regularização de pendências no sistema. Enquanto simulavam auxiliar, substituíam o cartão verdadeiro por outro, memorizavam ou observavam a digitação da senha e, em seguida, realizavam compras de alto valor ou pagamentos de boletos, direcionando o dinheiro para contas ligadas aos “conteiros”.

As apurações indicam que o grupo movimentava valores expressivos, com estimativa de até R$ 7 milhões por ano. Em cada cidade onde atuavam por um período determinado, o faturamento médio girava em torno de R$ 150 mil, o que poderia chegar a aproximadamente R$ 600 mil por mês. No Distrito Federal, a quadrilha passou por três períodos distintos ao longo de 2025, com registro de 19 ocorrências policiais e prejuízo estimado em cerca de R$ 500 mil às vítimas.

Segundo a PCDF, a segunda fase da operação representa um avanço na desarticulação da cadeia econômica da associação criminosa, ao atingir não apenas quem executa o golpe diretamente nos caixas eletrônicos, mas também quem dá suporte por meio do recebimento e da ocultação dos valores desviados. A intenção é sufocar o esquema tanto operacional quanto financeiramente.

A corporação reforça o alerta especialmente para a população idosa: não aceitar ajuda de desconhecidos em caixas eletrônicos, buscar sempre funcionários identificados de bancos ou estabelecimentos e desconfiar de qualquer abordagem que envolva troca de cartão, solicitação de senha ou orientações fora dos canais oficiais. Em caso de suspeita de golpe, a recomendação é interromper a operação, recolher o cartão, comunicar imediatamente o banco e registrar ocorrência em uma delegacia.

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