O governador Ibaneis Rocha (MDB) elogiou a atuação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por frustrar um plano de massacre em uma escola pública, afirmando que a corporação “deu uma aula de atuação em favor da nossa sociedade”. A declaração do governador exalta o sucesso da investigação que desarticulou a trama de dois alunos de 17 anos.
O trabalho da PCDF começou após a coordenação do colégio descobrir o plano e acionar as autoridades. A investigação revelou que a dupla planejava um ataque para o dia 20 de setembro, que eles chamavam de “dia zero”.
As investigações apontam que os jovens produziam armas artesanais e registravam em vídeo os preparativos para o ataque. Em gravações, eles falavam em “entrar para a história”, além de sugerirem que a data da ação coincidisse com o aniversário de um deles, como se fosse um “presente” sangrento.
Além do planejamento criminoso, os adolescentes cultivavam e propagavam conteúdos de ódio na internet. Criaram um site onde exaltavam o nazismo, faziam apologia a Adolf Hitler e disseminavam ataques contra mulheres, negros e pessoas LGBTQIAPN+. Nas redes sociais, incluindo o TikTok, chegaram a compartilhar vídeos ofensivos, alguns removidos por descumprirem regras da plataforma.
Em uma das gravações obtidas pela polícia, a dupla aparece desenhando uma suástica, fazendo saudações nazistas e gritando frases como “Heil, Hitler! Morte aos judeus”. Em outro momento, utilizam um artefato improvisado como lança-chamas para incendiar uma bolsa com as cores da bandeira LGBTQIAPN+, comemorando a ação como um “ensaio” do que fariam com as vítimas.
A polícia reuniu farto material comprobatório, incluindo transmissões, áudios e conversas em fóruns extremistas. Em algumas mensagens, os jovens demonstram interesse em adquirir armas de fogo de forma ilegal para ampliar o ataque.
A Secretaria de Educação do DF (SEEDF) informou que, assim que tomou conhecimento do caso, acionou as forças de segurança e reforçou que o acompanhamento psicológico dos envolvidos e o suporte às escolas estão sendo realizados pela Diretoria de Apoio à Saúde dos Estudantes (Diase). A pasta reiterou o compromisso com a segurança da comunidade escolar e afirmou que todas as providências necessárias estão sendo tomadas.
Para não gerar pânico, a região administrativa e o nome da escola onde o ataque ocorreria não foram divulgados.