Na terça-feira (16/12), uma operação contra golpes virtuais e lavagem de dinheiro prendeu cinco pessoas em diferentes estados do país, em uma ação iniciada a partir de Brazlândia (DF) que mira um esquema ligado a falsos anúncios de pousadas e movimentação milionária em criptoativos.
A ação, batizada de Operação Sem Reservas, é conduzida pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da 18ª Delegacia de Polícia de Brazlândia, e chegou à sua terceira fase. Nesta etapa, foram cumpridos mandados de prisão temporária e de busca domiciliar em Goiânia (GO), Belém (PA) e Taboão da Serra (SP), com apoio das polícias civis locais. Os presos são apontados como integrantes de uma organização criminosa responsável por fraudes e lavagem de capitais.
De acordo com as investigações, o grupo clonava sites e perfis de redes sociais usados para venda de produtos e serviços, com foco em pousadas de Pirenópolis (GO). As vítimas acreditavam estar fazendo reservas legítimas ou comprando serviços reais, mas o dinheiro era direcionado a contas de terceiros ligadas ao esquema. Em seguida, os valores passavam por etapas de ocultação e dissimulação, principalmente por meio de operações com criptoativos.
Os alvos da fase de hoje são os chamados “tripeiros”, responsáveis por alugar contas bancárias de terceiros e por levar o dinheiro obtido com os golpes a casas de câmbio no Paraguai, onde parte da lavagem era concluída. A PCDF estima que, nos últimos dois anos, o grupo movimentou cerca de R$ 13 milhões, com faturamento diário em torno de R$ 20 mil, o que evidencia o alcance nacional da fraude.
A apuração mostra ainda como o dinheiro era dividido dentro da estrutura criminosa: metade dos valores ficava com quem administrava os sites e perfis clonados, 30% era destinado aos “tripeiros” e os 20% restantes eram entregues às pessoas que cediam suas contas bancárias, os chamados “laranjas”.
Além das prisões e buscas, o Juízo de Garantias do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) autorizou o bloqueio e a liquidação de criptoativos vinculados aos investigados, medida que busca atingir diretamente o patrimônio obtido com os golpes.
A Operação Sem Reservas começou em novembro de 2024, quando a primeira fase levou à prisão de três pessoas responsáveis pela administração dos sites e perfis clonados. Em março de 2025, na segunda etapa, outras oito pessoas foram detidas por envolvimento direto na criação das páginas falsas. Com a ação desta terça-feira, o total de presos chega a 16, e já foram identificadas 83 vítimas apenas no Distrito Federal.









