A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO/DECOR), deflagrou, na manhã desta quinta-feira (30), a terceira fase da Operação “Falso Profeta”. O objetivo é desarticular uma organização criminosa especializada em estelionato eletrônico, que prometia falsos investimentos com retornos milionários.
A ação mobilizou cerca de 90 policiais civis e cumpriu 16 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em outros seis estados: Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Durante a operação, foram apreendidos diversos documentos, dispositivos eletrônicos, dinheiro falso, títulos financeiros falsos e contratos falsos.
A investigação apurou que o grupo criminoso atuava por meio de redes sociais como Youtube, Telegram, Instagram e Whatsapp, onde induzia as vítimas a investir dinheiro em falsas operações financeiras ou projetos de ações humanitárias, prometendo retornos financeiros exorbitantes.
O golpe, que se aproveitava da fé e da crença religiosa das vítimas, em sua maioria evangélicas, é considerado um dos maiores já investigados no Brasil, com estimativa de mais de 50 mil vítimas em todo o país. A investigação, que se iniciou há mais de dois anos, apurou que o grupo é composto por cerca de 200 integrantes, incluindo líderes religiosos, advogados e influenciadores digitais.
Os criminosos utilizavam empresas “fantasmas” e contas bancárias de fachada para dar aparência de legalidade às operações financeiras. A investigação apurou que o grupo movimentou mais de R$ 160 milhões desde 2019.
Quatro pessoas já foram presas preventivamente e condenadas por crimes de estelionato ao longo da investigação. A operação de hoje busca aprofundar as investigações e identificar outros possíveis envolvidos no esquema criminoso.
Os investigados poderão responder pelos crimes de estelionato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização criminosa.