Nesta quarta-feira (31/7), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou o posicionamento das Forças Armadas e policiais nas ruas e comunidades do país em meio a protestos nacionais contra o resultado das eleições do último domingo (28/7).
Maduro anunciou a medida em uma reunião conjunta do Conselho de Estado e de Defesa com autoridades de seu governo na tarde desta terça (30/7) e a informou ao público venezuelano em pronunciamento horas mais tarde. O presidente disse que “quer ver os policiais nas ruas até que haja a consolidação do plano de paz”.
Maduro também convocou seus apoiadores para comparecerem nesta quarta para a frente ao Palácio de Miraflores, sede do governo, para um protesto em seu favor.
As medidas são uma resposta do governo à onda de protestos de oposição que tomaram o país desde segunda-feira (29), com o anúncio da vitória de Maduro nas eleições com 51% dos votos, segundo dados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Impasse
O governo de Nicolás Maduro acusa parte da oposição e países de incitarem um suposto golpe de Estado no país contra o resultado eleitoral. Por outro lado, parte da oposição, alguns países e organismos como Organização dos Estados Americanos (OEA) questionam a lisura do pleito e pedem a publicação das atas que permitem que os votos sejam auditados.
Após o anúncio do resultado, a liderança da oposição María Corina Machado chegou a pedir uma ação das Forças Armadas. “Eles sabem. E o dever da Força Armada Nacional é fazer respeitar a soberania popular expressada no voto. E isso é o que esperamos nós, os venezuelanos, de cada um dos nossos miliares”, afirmou.
Segurança das urnas
Os votos computados nas urnas eletrônicas da Venezuela devem ser enviados por sistema próprio – sem conexão com a internet – para uma central que faz a totalização. Ao mesmo tempo, é impressa uma ata no local da votação e distribuída cópias para todos os fiscais. Posteriormente, é feita uma verificação, por amostragem, para saber se os votos enviados pela urna eletrônica são os mesmos entregues aos fiscais. Há ainda a possibilidade de auditar as urnas com os votos impressos. Isso porque na Venezuela, além do voto eletrônico, há o voto em papel.
Porém, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ainda não divulgou as atas que comprovam o resultado anunciado, que deu vitória a Maduro com 51,21% dos votos, contra 44% para Edmundo González e 4,6% para os outros oito candidatos.