Nesta quarta-feira (31), Ismail Haniyeh, líder máximo do grupo terrorista Hamas, foi morto no Irã. Ele atuava como uma espécie de diplomata internacional do grupo durante a guerra em Gaza, em negociações de cessar-fogo, além de manter conversas com o Irã, aliado do Hamas.
“O irmão líder, o mártir combatente Ismail Haniyeh, líder do movimento, morreu como resultado de um traiçoeiro ataque sionista à sua residência em Teerã, após participar da cerimônia de posse do novo presidente iraniano”, disse o grupo terrorista em comunicado.
Até o momento, as autoridades israelenses não confirmaram qualquer ataque em Teerã, nem a morte de Haniyeh, que assistiu nesta terça (30) na capital iraniana à tomada de posse do novo presidente do país, Masoud Pezeshkian.
A Guarda Revolucionária do Irã, por sua vez, confirmou a morte de Haniyeh em um ataque em Teerã, que também matou um dos seus guarda-costas.
Embora o líder do Hamas vivesse no Catar desde 2019, a residência de sua família no campo de refugiados de Al Shati, perto da Cidade de Gaza, foi alvo de ataques israelenses em diversas ocasiões desde outubro, nos quais morreram cerca de 60 familiares de Haniyeh, incluindo três filhos, três netos e uma irmã.
Haniyeh nasceu no campo de refugiados de Al-Shati, na Faixa de Gaza ocupada pelo Egito, em 1962. Ele estudou na Universidade Islâmica de Gaza, onde se envolveu pela primeira vez com o grupo, e se formou em Literatura Árabe em 1987. Foi nomeado chefe de um escritório do Hamas em 1997 e cresceu na hierarquia da organização.
Haniyeh liderou a lista do Hamas que venceu as eleições legislativas palestinas de 2006 e se tornou o primeiro-ministro palestino em um governo de unidade nacional junto com o secular Fatah. Mas as divergências entre os dois grupos terminaram com a expulsão do Fatah da Faixa e a tomada forçada do poder pelos islamitas no enclave, governado de fato por eles desde 2007.
Haniyeh foi o líder do Hamas na Faixa de Gaza de 2012 até fevereiro de 2017, quando foi substituído por Yahya Sinwar, considerado o mentor dos ataques de 7 de outubro e que possui a última palavra nas recentes negociações com Israel para uma trégua.
Poucos meses depois, em 6 de maio de 2017, Haniyeh foi eleito presidente do Bureau Político do Hamas, substituindo Khaled Mashal; e desde 2019 mudou-se da Faixa para o Catar, de onde foi responsável pela liderança e representação do grupo terrorista, especialmente na arena internacional.