Médico brasileiro comanda o 1º transplante de rim de porco para um humano

Foto: MASSACHUSETTS GENERAL HOSPITAL/Divulgação

O médico brasileiro Leonardo Riella comandou o primeiro transplante de rim de um porco geneticamente modificado para um paciente humano vivo. A cirurgia inédita foi realizada em um hospital em Boston, nos Estados Unidos, onde o médico atua. O anúncio aconteceu nesta quinta-feira (21/3).

Essa é a primeira vez que um transplante desse tipo foi feito em um paciente vivo. Antes, em 2021, uma equipe de Nova York havia conduzido procedimento semelhante, como parte de uma pesquisa, em uma pessoa que tinha tido morte cerebral.

A cirurgia realizada no Massachussets General Hospital é um marco para a medicina e representa um avanço para milhares de pessoas que aguardam por um transplante de rim. Segundo a equipe médica, o paciente, de 62 anos, que sofre de doença renal em estágio terminal “está se recuperando bem e em breve poderá receber alta”.

O rim do porco foi “editado com 69 genomas” usando a tecnologia CRISPR-Cas9, que envolve a remoção de genes de porco potencialmente prejudiciais e a adição de genes humanos para torná-lo compatível com um corpo humano. Os cientistas inativaram retrovírus endógenos no porco para minimizar possíveis infecções.

O animal doador foi fornecido por uma empresa de Massachusetts chamada eGenesis, especializada em transplantes e na modificação de organismos animais para torná-los compatíveis com humanos em um processo conhecido como “xenotransplante”, de acordo com o site da empresa.

Slayman, que sofre de diabetes tipo 2 e hipertensão há anos, já havia recebido um rim humano em dezembro de 2018; mas, cinco anos depois, o rim transplantado lhe deu problemas e ele teve que voltar à diálise. Isso o levou a apresentar problemas vasculares que o obrigaram a fazer exames a cada duas semanas, com grande impacto em sua vida pessoal.

O hospital ressaltou que o rim é o órgão mais procurado nas unidades de transplante dos EUA: somente nesse hospital há uma lista de espera de 1.400 pacientes renais, e alguns deles morrem sem receber um transplante, de acordo com a Sociedade Americana de Nefrologia.

Há 100 mil pessoas nos EUA que precisam de transplantes de todos os tipos (inclusive de tecidos) e, em média, 17 pessoas morrem todos os dias sem receber um, de acordo com a Rede Nacional de Transplante de Órgãos.

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