Na Assembleia-Geral da ONU nesta terça-feira (19/9), o presidente dos EUA, Joe Biden, acusou a Rússia de ser a única responsável pela invasão da Ucrânia e defendeu que nenhuma nação pode estar segura se permitir que a Ucrânia seja dividida.
“A Rússia acredita que o mundo ficará cansado e permitirá que a Ucrânia seja brutalizada sem consequências. Se abandonarmos os princípios fundamentais da Carta da ONU para apaziguar um agressor, algum membro pode se sentir confiante de que está protegido? Se permitirmos que a Ucrânia seja divida, alguma nação estará segura?”, questionou Biden.
O líder norte-americano pediu aos líderes mundiais que defendam a soberania da Ucrânia, a fim de dissuadir outros possíveis agressores futuros.
Os desafios climáticos, digitais e sociais que o mundo enfrenta também pautaram o discurso de Biden. “A crise climática é uma ameaça existencial para toda a humanidade”, alertou, acrescentando que irá trabalhar com outros países, mesmo rivais, para conseguir que a Inteligência Artificial seja uma ferramenta a serviço do mundo e não um risco a humanidade.
O presidente norte-americano enfatizou que todos estes desafios são um problema global, que deve ser enfrentado com projetos comuns. “Sobre a China, tudo faremos para que a concorrência não degenere em conflito”, prometeu, sublinhando os esforços comuns entre os EUA e Pequim na área climática.
Biden ainda disse que o seu governo continua comprometido com o controle de armas nucleares, criticando a Rússia e o Irã por não respeitarem acordos internacionais nesse sentido. Além disso, reconheceu que é necessário o início de consultas sérias para ampliar o Conselho de Segurança das Nações Unidas. “Precisamos de mais vozes, de mais perspectivas à mesa das negociações”, garantiu.
Também se comprometeu na luta contra a corrupção e a defesa da democracia, que reconheceu estar sob ameaça em várias partes do mundo, anunciando que junto com o G7 pretende arrecadar cerca de 600 bilhões de euros para projetos de desenvolvimento para a população mundial mais vulnerável.
Biden apelou ainda ao Conselho de Segurança da ONU autorização para o envio ao Haiti de uma força internacional para ajudar as forças de segurança a lutar contra grupos que ameaçam a estabilidade política daquele país e informou que já pediu ao Banco Mundial mais fundos para ajudar os países em desenvolvimento, em particular em África. “Que as Nações Unidas continuem a luta para garantir a paz e aliviar o sofrimento humano”, finalizou.