Um incêndio de grandes proporções atingiu, na quarta-feira (26/11), um conjunto de arranha-céus em Hong Kong e deixou ao menos 65 mortos e mais de 70 feridos, segundo a imprensa e autoridades locais. O fogo, considerado o mais mortal na cidade em três décadas, se espalhou por um complexo residencial com oito torres e seguia sendo combatido ainda na quinta-feira (27/11).
De acordo com o Corpo de Bombeiros de Hong Kong, o incêndio começou em um dos prédios do complexo localizado no distrito de Tai Po e se alastrou rapidamente. Um dia após o início das chamas, as equipes ainda trabalhavam no resgate de moradores, muitos deles presos em apartamentos enquanto a fumaça e o calor avançavam pelos andares. Quase 300 pessoas continuavam desaparecidas até a última atualização, o que reforça a gravidade da ocorrência.
As autoridades informaram em entrevista coletiva que 51 pessoas morreram no local do incêndio e outras quatro faleceram já no hospital, vítimas de queimaduras e lesões provocadas pela inalação de fumaça. As equipes de saúde também atendem ao menos 72 feridos, muitos em estado delicado, em função da extensão das queimaduras e das dificuldades respiratórias. Os números ainda podem ser atualizados à medida que as buscas prosseguem.
A dimensão da tragédia está diretamente ligada ao perfil do complexo residencial, que abriga cerca de 4,6 mil moradores em aproximadamente dois mil apartamentos, distribuídos em oito torres com mais de 30 andares cada. A combinação de alta densidade populacional, estrutura vertical e propagação rápida do fogo aumentou o risco e dificultou o trabalho das equipes de resgate.
A causa exata do incêndio está sob investigação, mas uma das principais linhas de apuração aponta para o uso de telas de construção verdes e andaimes de bambu instalados para obras de reforma. Segundo as autoridades, o fogo teria se espalhado com rapidez justamente por esse material, que serviu como combustível e corredor para as chamas entre diferentes partes das torres. A polícia informou ainda que essas telas não atendiam aos padrões de segurança contra incêndio exigidos.
Três homens ligados à construtora responsável pelas obras foram presos sob suspeita de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas o comportamento é considerado negligente ou imprudente. Nesta quinta-feira (27/11), policiais realizaram buscas no escritório da empresa Prestige Construction & Engineering Company, responsável pelas reformas, e apreenderam caixas de documentos que podem ajudar a esclarecer a conduta da empresa antes do incêndio.
A investigação pretende responder a perguntas centrais: se houve falhas no planejamento de segurança da obra, se os materiais utilizados eram adequados, se as saídas de emergência e rotas de fuga estavam desobstruídas e se os moradores foram devidamente informados sobre riscos durante as reformas. As respostas devem orientar não apenas eventuais responsabilizações criminais, mas também mudanças em normas de prevenção de incêndios em grandes edifícios residenciais.











