Serviço Veterinário Público do DF garante cuidados a cachorro agredido em Valparaíso

Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília.

Vítima de uma agressão covarde e cruel no final de fevereiro, o cãozinho Bob resiste sob os cuidados do Serviço Veterinário Público do Distrito Federal (Hvep), em Taguatinga. Internado desde o dia 1º na unidade, o cachorro vem sendo acompanhado por duas médicas veterinárias – uma delas ortopedista – e recebendo todo o cuidado necessário na luta para recuperar o movimento das patas traseiras.

Uma história triste, mas que vem sendo amenizada por doses de solidariedade. O vira-lata foi atacado com uma pedrada, na porta da residência em que vive em Valparaíso (GO), por um homem desconhecido. Socorrido pelo dono, o autônomo Wagner Rodrigues, 55, Bob foi trazido no mesmo dia pelo tutor para o Hvep, após recomendação de uma vizinha.

A agressão – registrada pelas câmeras de segurança da casa – gerou uma imediata paralisação das patas do bicho e outras sequelas, que vêm sendo tratadas pelas veterinárias. “O animal chegou aqui com um trauma na coluna e dores intensas. Em virtude da pancada, ele desenvolveu uma insuficiência renal que também estamos cuidando”, explica a profissional Rafaela Paiva. “Foram vários os exames realizados , mas felizmente não foi constatada fratura no cóccix e nem compressão medular”, revela.

Recém-chegado à unidade, Bob foi logo encaminhado à internação 24 horas, um espaço com capacidade para até 10 animais. Fez exames de imagem, recebeu medicamentos, curativos, sonda, entre outros procedimentos. Já a tomografia e a ressonância magnética foram feitas em duas clínicas particulares no Plano Piloto – sem custos – após os proprietários virem a repercussão do caso.

Uma ‘vaquinha’ também foi organizada por um conhecido de Wagner e o dinheiro arrecadado tem sido usado com ração, tapetes higiênicos e para custear o deslocamento do dono fiel, que visita o amigo canino no hospital diariamente.

Ainda dominado por um misto de tristeza e indignação, Wagner se diz muito satisfeito com a acolhida. “Fiquei aliviado com todo o amparo recebido. A qualidade das profissionais, o carinho com os bichos. Estou sem um emprego fixo e não teria condição nenhuma de levar o Bob para um hospital particular”, desabafa o tutor. “Estou há dez dias para cima e para baixo para acompanhá-lo. Mas tenho fé em Deus que ele vai se recuperar e quem sabe voltar a andar”, acrescenta.

Uma cirurgia, no momento, foi descartada pela equipe médica. E a tendência é que ele comece em breve sessões de fisioterapia para reforçar o tratamento. “Hoje a gente consegue dar um suporte para o animal que precisa de um acompanhamento com ortopedista, como no caso do Bob. Da mesma forma que é feito numa clínica privada”, revela a diretora técnica do Hvep, Lindiene Samayana. “E estrutura para fazer a internação 24 horas. Ficamos felizes, de verdade, em poder ajudar com um atendimento de qualidade”, ressalta.

A diretora é uma das mais otimistas com a recuperação do paciente mais falado nos corredores. “Seguimos com o tratamento e o Bob só vai sair daqui, se Deus quiser, andando”, aposta, sorridente, Lindiene. Importante lembrar que maus-tratos a cães e gatos podem levar à prisão. Segundo a Lei 14.064, sancionada em 2020, a pena para o crime é de dois a cinco anos de reclusão, multa e proibição de o agressor ser tutor de animais.

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