Nesta sexta-feira (12/5), o chefe do Gabinete de Documentação Histórica (GADH) da Presidência da República durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Marcelo da Silva Vieira, é alvo de buscas realizadas pela Polícia Federal (PF), como parte da investigação do caso das joias sauditas trazidas ao Brasil.
A atribuição de Vieira no governo federal era revisar o que deveria ser aceito como presente para o acervo privado presidencial ou não. Ele atuava no órgão desde 2017 e foi exonerado da função em janeiro de 2023 após Lula assumir o cargo de presidente da República.
À Polícia Federal, Vieira relatou que, em outubro de 2021, recebeu um contato do Ministério das Minas e Energia informando que o ex-ministro Bento Albuquerque havia recebido um presente de autoridade estrangeira para “ser entregue ao presidente da República”.
Mais de um ano depois, em novembro de 2022, Vieira disse que voltou a ser procurado pelo Ministério das Minas e Energia sobre o assunto. O objetivo desse contato, segundo o ex-funcionário, era organizar a entrega de itens ao presidente.
Os policiais, neste mandado de busca e apreensão, buscam documentos para saber como foi o trâmite no qual joias entregues pelo governo da Arábia Saudita acabaram incorporadas ao acervo pessoal do ex-presidente Bolsonaro.
Em depoimento, Vieira afirmou que conversou no passado com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, e que ele participou do processo na tentativa de liberar o colar de diamantes que tinha sido apreendido na Receita Federal de São Paulo.
O ex-presidente Jair Bolsonaro disse, em depoimento prestado no dia 5 de abril à PF, que nunca conversou com Marcelo da Silva Vieira e não sabe o motivo de seu envolvimento no caso.
O advogado de Vieira, Eduardo Kuntz, disse que “a defesa não compreende” o motivo das buscas realizadas nesta sexta, uma vez que, durante o depoimento dado por ele à PF, Marcelo respondeu todas as perguntas e disponibilizou todos os dados de seu celular solicitados.
