A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da 5ª DP (Área Central), deflagrou, nesta quinta-feira (20), a Operação Contrato Sombrio para desarticular uma organização criminosa especializada na subtração de veículos
de locadoras, que eram posteriormente enviados para o Paraguai.
Foram cumpridos cerca de 18 mandados de busca e apreensão. A maioria foi cumprida na região administrativa do Gama, reduto dos principais líderes da associação criminosa.
Três indivíduos foram presos por associação criminosa, com idades entre 19 e 26 anos, todos envolvidos diretamente na subtração e revenda dos veículos furtados. Os investigados possuem antecedentes criminais por receptação, estelionato e furto qualificado, além de registros de envolvimento em fraudes financeiras e outras práticas ilícitas.
Foram apreendidos dispositivos eletrônicos, munições, contratos, chaves de veículos, rastreadores automotivos, maquinetas de cartão e documentos que ligam os investigados diretamente ao esquema criminoso. Durante o cumprimento de um dos mandados, foi encontrada certa quantidade de cocaína na residência de um dos alvos, motivo pelo qual ele também foi preso em flagrante pelo crime de tráfico de drogas.
“Embora o objetivo principal da operação fosse desarticular a organização criminosa especializada no furto de veículos, a apreensão da droga evidencia o envolvimento do investigado com outras práticas ilícitas, reforçando
a complexidade da rede criminosa desmantelada”, informou a PCDF.
A ação contou com o apoio de unidades como a Divisão de Operações Especiais (DOE), a Divisão de Operações Logísticas e Planejamento (Dalop) e a Seção de Operações com Cães (SOC/DOE).
Investigação
As investigações revelaram que o grupo criminoso aliciava terceiros para alugar veículos em locadoras e, por meio de fraudes documentais e eletrônicas, conseguia subtrair os automóveis sem devolvê-los. Posteriormente, os carros eram transportados para a fronteira e vendidos no Paraguai, onde tinham suas identificações adulteradas.
Além disso, a quadrilha instruía os laranjas a registrarem boletins de ocorrência falsos, alegando que os veículos haviam sido roubados, para dificultar o rastreamento.
A organização criminosa atuava de forma estruturada, contando com captação de pessoas para os aluguéis fraudulentos, adulteração de veículos e revenda ilícita.
Até o momento, pelo menos dez veículos foram confirmados como produtos de furto dessa associação criminosa, sendo que o prejuízo somado desses automóveis ultrapassa R$ 1 milhão. Acredita-se que o número real de carros seja ainda maior, já que os criminosos utilizavam terceiros para realizar os aluguéis fraudulentos, dificultando a contabilização exata e também porque consta que o grupo criminoso teria uma movimentação financeira acima de R$ 2 milhões.
Os investigados responderão pelos crimes de: Associação Criminosa – pena: 1 a 3 anos; Denunciação Caluniosa – pena: 2 a 8 anos (pelo menos 10 crimes dessa natureza); Furto qualificado – pena: 3 a 8 anos (pelo menos 10 crimes dessa natureza).
Se condenados, as penas somadas podem ultrapassar 150 anos de prisão. As investigações prosseguem para identificar outros envolvidos e recuperar os veículos desviados.