A Polícia Federal (PF) faz nesta quinta-feira (18), a Operação Vênus que apura contrabando de toxina botulínica (Botox) de marca não autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em São Paulo, Leme, no interior paulista, Osasco (região metropolitana de São Paulo ), Florianópolis (Santa Catarina), e Céu Azul (Paraná). Os responsáveis poderão responder por contrabando, de acordo com as informações da PF.
Em abril deste ano, a Anvisa emitiu um alerta à população e aos profissionais de saúde, após a identificação de novos casos de adulteração e falsificação do medicamento Botox. Segundo a agência, algumas remessas internacionais do produto foram interceptadas pela área de portos e aeroportos do órgão com uma falsa descrição de conteúdo, além do prazo de validade adulterado e frascos do remédio no idioma turco.
Naquele período a Allergan Produtos Farmacêuticos, empresa detentora do registro do medicamento Botox, confirmou à Anvisa que o lote original deveria ser comercializado apenas na Turquia, sem autorização para ser importado ao Brasil pelos meios oficiais. Nas embalagens dos produtos apreendidos, constavam o prazo de validade adulterado. Os lotes irregulares foram proibidos de serem comercializados ou distribuídos.
A Anvisa orienta que caso profissionais de saúde e pacientes identifiquem os produtos falsificados não façam uso do medicamento e notifiquem imediatamente a agência, por meio dos seus canais de atendimento.
Produto para fins estéticos
No DF, houve um caso envolvendo também produto para fins estéticos, de forma ilegal. A Polícia Civil de Goiás (PCGO) prendeu em flagrante a biomédica Grazielly da Silva Barbosa acusada de aplicar polimetilmetacrilato, mais conhecido como PMMA, nos glúteos da influencer brasiliense Aline Maria Ferreira, de 33 anos. Aline morreu nesta terça-feira (2/7) após infecção generalizada segundo a família.
A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), da PCGO, a clínica Ame-se, em Goiânia, de propriedade de Grazielly e onde Aline realizou o procedimento não possuía alvará sanitário assim como ficou evidenciado que a biomédica não tinha registro profissional no Conselho Regional de Biomedicina de Goiás.
O consultório também foi interditado pela Vigilância Sanitária de Goiânia. Grazielly recebeu voz de prisão em flagrante por crimes contra as relações de consumo.
Aline estava internada em um hospital particular de Brasília desde sábado (29). De acordo com os familiares, a jovem teve infecção generalizada após aplicação de PMMA nos glúteos.
A influenciadora começou a passar mal logo após a intervenção estética, em 23 de junho deste ano. A jovem voltou para casa, no Gama, e começou a ter febre e dor na barriga. Os familiares entraram em contato com a clínica, que recomendou apenas um remédio para dor de cabeça. Na quinta-feira (27/6), Aline piorou e chegou a desmaiar. O marido a levou para um hospital particular na Asa Norte e, depois para o Hran, onde a jovem ficou internada por um dia e, depois, foi transferida a um hospital da Asa Sul, onde veio a óbito.
No procedimento foi feita a aplicação de 30ml de PMMA em cada glúteo. De acordo com o marido da influencer, foi a própria dona da clínica em Goiânia que fez o procedimento. Ela é biomédica e chegou a visitar a vítima no Hran, ocasião em que afirmou que não tinha aplicado o produto PMMA, mas, sim, um “bioestimulador”.
A mulher acrescentou, ainda, que Aline poderia ter pegado uma infecção no lençol de casa, versão desmentida pela família, pois a vítima teria ficado o tempo todo de bruços, com as nádegas para cima e que nenhum medicamento dado no hospital surtiu efeito, possivelmente devido ao produto injetado.
O corpo de Aline será velado e sepultado nesta quinta-feira (4), no cemitério Campo da Esperança do Gama. O caso é investigado pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).










