Uma árvore com décadas de história, símbolo da Asa Norte, foi definitivamente removida após resistir a um incêndio que consumiu grande parte de sua estrutura. A praça entre as quadras 704 e 705 Norte, onde a gameleira estava localizada, ficou sob impacto emocional e patrimonial para moradores e comerciantes da região.
O fogo teve início no domingo à noite (12/10) e motivou rápida ação do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), que foi acionado às 20h04 para conter as chamas. Ao chegarem ao local, os militares encontraram o tronco em combustão intensa e rapidamente estabeleceram linhas de mangueiras para conter o fogo e impedir sua propagação para estabelecimentos vizinhos — estratégia que teve êxito parcial, preservando construções próximas.
Apesar do esforço, o fogo continuou queimando internamente por três dias, destruindo grande parte da estrutura da árvore. A Novacap, responsável pelo manejo urbano da capital, considerou inevitável a substituição: a remoção da gameleira foi concluída nesta quinta-feira (16/10) com uso de seis caminhões para transporte dos restos da árvore para o Viveiro II da companhia.
Moradores da região suspeitam de ação criminosa como causa do incêndio. Imagens captadas por câmeras de segurança mostraram pessoas próximas ao tronco no momento em que as chamas se intensificaram, e súbitos clarões na base da árvore sugerem uso de material inflamável.
Até o momento, o autor já foi identificado: trata-se de um advogado de 37 anos, que foi indiciado pela Polícia Civil do DF pelos crimes de incêndio, dano qualificado, crime contra o meio ambiente e perigo para a vida ou saúde de terceiros. Ele alegou que teria acionado o fogo para “entreter” o filho, dizendo ter acreditado que apagaria rapidamente.
O incêndio danificou também uma cabine telefônica decorativa, localizada próxima ao tronco, e chocou a comunidade local, que via na árvore um patrimônio afetivo e simbólico. A gameleira era vista por muitos como referência e integrava a identidade visual da Asa Norte.
Com a remoção concluída, uma urna memorial foi instalada no local e debates já se iniciam sobre a substituição da árvore, medidas de segurança e prevenção contra incêndios em áreas urbanas. A perícia do CBMDF e a investigação da PCDF seguem em curso para apurar detalhadamente as circunstâncias do crime.
