Nessa quarta-feira (5/10), o pai do bebê de dois meses que morreu após ser atingido por um celular, foi preso pela Polícia Civil de Goiás (PCGO). O objeto foi jogado pelo homem, durante uma discussão com a companheira, em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal.
O caso aconteceu na madrugada do dia 29 de setembro, mas a prisão só ocorreu nesta semana. O acusado foi encaminhado ao presídio municipal, onde está à disposição da Justiça. O mandado de prisão preventiva foi expedido levando em consideração a suspeita de que o bebê fora vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei Herny Borel (Lei nº 14.344/2022).
A criança chegou a ficar internada no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) com ferimentos graves na cabeça, mas não resistiu e faleceu no sábado (1º/10). Servidores do hospital acionaram as autoridades assim que receberam o paciente, pois desconfiaram da versão apresentada pelo pai.
Em depoimento, a mãe do bebê afirmou que o relacionamento com o marido estava conturbado há um tempo e o episódio ocorreu durante uma nova discussão. Ela teria ido dormir para encerrar o bate-boca. O marido, após visualizar mensagens no aparelho celular dela, teria ficado irritado e jogado o telefone para atingi-la, mas acertou a criança, que dormia ao lado, no bebê conforto.
De acordo com a polícia, assim que a mãe do bebê constatou que o filho havia sido atingido pelo aparelho e se machucado, entrou em estado de choque e desmaiou brevemente. Com isso, o pai pegou a criança, acionou um motorista de aplicativo e seguiu para hospital.
Em depoimento, o pai do bebê afirmou que não queria atingir o filho, mas quebrar o aparelho, tentando jogá-lo na parede de sua casa. A delegada Samya Barros, responsável pelo caso, não descarta a possibilidade do suspeito ter jogado o aparelho na criança para provocar a mulher.
Já quebrou outros celulares
Nesta quarta (5/10), a polícia também cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência do casal, em Valparaíso. No imóvel, foram apreendidos outros quatro celulares quebrados, bem como a coberta que estava na cama no dia do ocorrido.
Segundo os agentes civis, a coberta da cama usada no dia do fato estava totalmente perfurada nos pontos em que havia sangue da vítima. Questionada, a mãe do bebê disse que, em momento algum no dia do fato, visualizou faca ou qualquer outro objeto cortante. Até porque, desmaiou.
A mulher também confirmou que já era o quarto aparelho celular que seu companheiro quebrava. E, no dia do crime, foi ela quem retirou o aparelho quebrado de cima do corpo da criança. O objeto também fora apreendido e encaminhado à perícia.