O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), encaminhou nesta terça-feira (12/8) uma carta oficial ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em resposta a declarações recentes do líder americano sobre os índices de violência na capital brasileira.
Na correspondência, Ibaneis reafirma o respeito à relação histórica de cooperação e amizade entre Brasil e EUA, mas aponta que as informações apresentadas por Trump não refletem a realidade. Segundo o governador, os dados divulgados pelo norte-americano, que colocam Brasília entre cidades com altos índices de violência, estão equivocados e podem ter origem na ausência de um diálogo direto e consistente entre os dois países.
O governador destacou que, no modelo federativo brasileiro, cada estado e o Distrito Federal têm autonomia para estruturar sua própria política de segurança pública. Ele ressaltou que a atual gestão alcançou o menor índice de homicídios dos últimos 48 anos, graças ao investimento em policiamento ostensivo, ampliação de pontos de monitoramento eletrônico, contratação de novos servidores e ações integradas com a comunidade.
Ibaneis também defendeu que, ao contrário da imagem passada, Brasília é uma cidade aberta ao turismo e aos negócios, com qualidade de vida e liberdade para seus cidadãos. Ele ressaltou que a capital federal é exemplo de políticas públicas que unem segurança e respeito aos direitos individuais, dentro de um ambiente democrático.
A carta foi enviada um dia após Trump citar Brasília em discurso que justificou o decreto de estado de emergência de segurança pública em Washington D.C., na segunda-feira (11/8). Na ocasião, o presidente americano afirmou que a cidade brasileira registraria taxa de 13 homicídios por 100 mil habitantes. Dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública do DF, no entanto, apontam índice de 6,9 homicídios por 100 mil pessoas, quase metade do número mencionado por Trump.
O gesto de Ibaneis busca não apenas corrigir informações, mas também reforçar a importância do diálogo diplomático como base para relações internacionais sólidas, evitando distorções e fortalecendo parcerias entre Brasília e Washington.
Veja a carta na íntegra:
